ATA DA DÉCIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-3-2008.
Aos dez dias do mês de março do ano de dois mil e
oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Celeste, Neuza Canabarro, Sebastião
Melo e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Leandro
Soares, os Projetos de Lei do Legislativo nos 021 e 022/08 (Processos nos 0858 e 0860/08, respectivamente).
Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 187480, 188612 e 189147/08,
do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, por solicitação do
Vereador Claudio Sebenelo, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma à Senhora Maria Beatriz de Oliveira, funcionária do Grupo Hospitalar
Conceição, falecida no dia de ontem. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Jorge Antônio Santos Branco, Presidente
do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia – COMCET –, que defendeu a
criação da Agência de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de
Porto Alegre – INOVAPOA. Quanto ao assunto, frisou a importância da implantação
de políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento científico, destacando
que a INOVAPOA seria vinculada à Prefeitura Municipal e teria como objetivo
principal a captação de recursos para financiamento de projetos nessa área. Na
ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio Sebenelo,
João Antonio Dib, Maria Celeste, Bernardino Vendruscolo e Neuza Canabarro
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às
quatorze horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e vinte e dois minutos, constatada a
existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Bernardino Vendruscolo
apresentou dados referentes ao aumento de arrecadação observado em Porto Alegre
após a entrada em vigor da Lei que permite temporariamente ao contribuinte o
parcelamento do Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” – ITBI. Além disso,
teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 027/06, de sua
autoria, que disciplina o uso de caçambas estacionárias e contêineres nas vias
públicas de Porto Alegre. Após, foi apregoado Comunicado de autoria do Vereador
Claudio Sebenelo, informando que, a partir de hoje, o Vereador Luiz Braz passa
a exercer a Liderança da Bancada do PSDB na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Ainda, foi apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 027/08 (Processo nº
1033/08), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Em GRANDE EXPEDIENTE, o
Vereador Guilherme Barbosa relatou problemas com o calçamento da Rua dos
Andradas e cercanias e questionou o asfaltamento de trechos da Avenida Borges
de Medeiros. Também, abordou convênio da Prefeitura Municipal para alargamento
de parte da Avenida Wenceslau Escobar e questionou os motivos pelos quais ainda
não foi concluída a cobertura do Auditório Araújo Vianna. Finalizando, elogiou
a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Governo Federal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
o Vereador João Antonio Dib discorreu sobre o trânsito em Porto Alegre, abordando,
em especial, engarrafamentos e transtornos à população resultantes da falta de
regramento da circulação de carroças nas vias públicas da Cidade. Ainda,
mencionando o início do ano letivo, enfocou a necessidade da instalação de
faixas de segurança nas proximidades de estabelecimentos de ensino, sugerindo o
uso de blocos de cimento preto e branco para essa sinalização. O Vereador Dr.
Goulart aludiu ao Veto aposto pelo Prefeito Municipal ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 302/07, que amplia o rol de produtos possíveis de venda em bancas de jornais
e revistas localizadas nas vias públicas da Cidade, bem como implementa
processo licitatório para veiculação de publicidade nesses estandes. Da mesma
forma, abordou a importância da licitação como instrumento legal eficaz de
combate à corrupção e de controle de uso de verbas públicas. A Vereadora
Margarete Moraes manifestou-se acerca de problemas com a iluminação pública de
Porto Alegre, afirmando que os investimentos anunciados pela Prefeitura para
melhorias nesse setor serão feitos ao longo de cinco anos, e não imediatamente.
Ainda, analisou Projeto de Lei de sua autoria e do Vereador Haroldo de Souza,
que disciplina a propaganda em vias públicas, e, finalizando, denunciou o
abandono da Praça Alberto Pasqualini e protestou contra a falta de segurança na
Cidade. O Vereador Luiz Braz comentou pesquisa de opinião, divulgada pela Revista
Voto, sobre a eleição deste ano para a Prefeitura de Porto Alegre, que aponta o
favoritismo do Prefeito José Fogaça nas intenções de voto. Nesse contexto,
avaliou como positiva a gestão desse político, citando os melhoramentos na
iluminação pública e a construção do Centro Popular de Compras como exemplos de
obras realizadas na Cidade, as quais têm merecido o reconhecimento da
população. A Vereadora Neuza Canabarro discorreu acerca de alterações que vêm
sendo implantadas na rede estadual de ensino público, asseverando que a redução
do número de turmas e o fechamento de escolas são indícios de que faltam vagas
em escolas públicas em Porto Alegre. Ainda, defendeu a criação de um grupo
operacional destinado a estudar as reais condições do ensino na Cidade,
colocando-se à disposição para auxiliar na análise de propostas nesse sentido.
A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do
ex-Vereador Pedro Américo Leal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela
Maffei, replicando informações do Vereador Luiz Braz, em Comunicação de Líder, acerca
de pesquisa para as eleições municipais em Porto Alegre, justificou que ainda
não é possível definir preferências de votos para esse pleito. Também, abordou
problemas com consultoria contratada pela PROCEMPA para análise do Projeto
virtual chamado Portais e traçou um paralelo entre a infra-estrutura existente
em trechos da Avenida Oscar Pereira e a pobreza verificada em outras regiões da
Cidade. O Vereador Professor Garcia apresentou dados relativos a medidas a
serem implantadas pelo Governo Municipal na iluminação pública, ressaltando que
a troca do tipo de lâmpadas deve gerar economia para a Prefeitura. Também,
discorreu acerca dos trabalhos do Conduto Forçado Álvaro Chaves, sublinhando
que este ano não ocorreram alagamentos nas imediações do Bairro Moinhos de
Vento. Finalizando, apontou obras sociais a serem feitas pelo Shopping Barra
Sul em contrapartida pela utilização da área que ocupará. A seguir, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e
Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 058/05, por nove
votos SIM, dez votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser discutido pelo Vereador
Dr. Goulart, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza,
tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói
Guimarães, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Zacher, Nilo Santos e Wilton Araújo,
Não os Vereadores Claudio Sebenelo, João Antonio Dib, Luiz Braz, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Professor Garcia e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores
Adeli Sell, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza e Maristela Maffei. Na oportunidade,
o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, posteriormente retirado,
solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 007/06, o qual teve sua
discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador
Claudio Sebenelo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 012/06, discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini,
Professor Garcia, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Bernardino Vendruscolo e
Elói Guimarães. Na ocasião, o Vereador Claudio Sebenelo formulou Requerimento
verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do
Vereador Carlos Todeschini, durante a discussão do Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 012/06. Também, em face de Requerimento verbal formulado pelo
Vereador Carlos Todeschini, o Senhor Presidente informou a impossibilidade de
adiamento da discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/06.
Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/06, a
Vereadora Maria Celeste e os Vereadores Mauro Zacher, Aldacir Oliboni e Almerindo
Filho cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Carlos
Todeschini, Professor Garcia, Carlos Comassetto e Elói Guimarães. Após, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Todeschini, solicitando o
adiamento, por três Sessões, da votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 012/06, por vinte votos SIM e três votos NÃO, após ser encaminhado à votação
pelo Vereador Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr.
Raul, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Neuza Canabarro, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Wilton Araújo e Não os
Vereadores Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza e Luiz Braz. Em prosseguimento, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da
presente Sessão e convidou os Senhores Vereadores para reunião com
representantes da operadora de telefonia celular Vivo, às oito horas e trinta
minutos de amanhã. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria das
Vereadoras Maristela Maffei, Líder da Bancada do PCdoB, Margarete Moraes e
Maria Celeste, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07 (Processo nº
1136/07). Também, foi aprovado Requerimento de autoria das Vereadoras Margarete
Moraes, Maria Celeste e Maristela Maffei, solicitando que a Emenda nº 02,
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07, fosse dispensada do envio à
apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07, após ser discutido pelos Vereadores
Dr. Raul, Carlos Comassetto e João Antonio Dib e pelas Vereadoras Sofia
Cavedon, Margarete Moraes, Maristela Maffei e Maria Celeste. Foram aprovadas as
Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº
021/07. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia.
Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon criticou a postura do Governo
Municipal na revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de
Porto Alegre – PDDUA –, protestando contra modificações propostas em relação ao
número e tamanho das Áreas Especiais de Interesse Cultural. Nesse sentido,
propôs que os Senhores Vereadores visitem algumas dessas Áreas a fim de
verificar se as alterações sugeridas pela Prefeitura serão benéficas à Cidade.
O Vereador Luiz Braz examinou reportagem publicada na revista Época da semana
passada, onde são denunciadas irregularidades em contratos públicos envolvendo
prefeituras municipais administradas pelo PT. Ainda, analisou problemas nos
dezesseis anos em que esse Partido governou Porto Alegre e, finalizando,
avaliou como positiva a reunião realizada nesta Casa hoje pela manhã, para
discutir o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre.
Após, o Vereador Guilherme Barbosa formulou Requerimento verbal, solicitando a
retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Luiz Braz em
Comunicações. Em COMUNICAÇÕES, Vereadora Neuza Canabarro relatou o trabalho que
vem sendo desenvolvido pelo Fórum das Entidades no acompanhamento do processo
de revisão do PDDUA por este Legislativo, prestando esclarecimentos acerca da
metodologia utilizada nas reuniões desse órgão. Nesse sentido, atentou para a
necessidade de que as discussões realizadas acerca da alteração do Plano
Diretor sejam embasadas em profundas análises técnicas do tema. Em
prosseguimento, o Vereador Luiz Braz manifestou-se em relação ao Requerimento
verbal anteriormente formulado pelo Vereador Guilherme Barbosa, o qual
solicitava a retirada de termos constantes no pronunciamento de Sua Excelência
em Comunicações. O Vereador Elói Guimarães ressaltou a importância da reunião
realizada na manhã de hoje no Plenário Otávio Rocha, com a finalidade de discutir
o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Sobre o
tema, referiu-se à responsabilidade dos Vereadores desta Casa quando da discussão
e votação desse Projeto, justificando que a população espera de seus representantes
o empenho necessário para que sejam alcançadas as condições mínimas de
progresso para a Cidade. Às dezessete horas e quarenta e dois minutos, constatada a inexistência
de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Claudio Sebenelo e
secretariados pelos Vereadores Ervino Besson e Aldacir Oliboni. Do que eu,
Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para um Requerimento.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr.
Presidente, a ignomínia da violência matou uma das mais queridas funcionárias
lá do Grupo Hospitalar Conceição: Maria Beatriz de Oliveira foi executada
quando ia a uma festa de aniversário de uma criança que ela ajudou a criar. No momento
de felicidade, a tragédia a acompanhava. Por isso eu lhe peço não só um minuto
de silêncio, mas também um minuto de respeito à linda carreira de uma mulher
que marcou a sua passagem pelo Hospital Conceição, pela sua doação ao interesse
dos seus usuários. Peço um minuto de silêncio. Agradeço a Vossa Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Requerimento de V. Exª foi deferido de pronto, Vereador.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos
à
O
Sr. Jorge Antônio Santos Branco, representando o Conselho Municipal de Ciência
e Tecnologia, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao
desenvolvimento de ciência e tecnologia em Porto Alegre, pelo tempo regimental
de 10 minutos.
O
SR. JORGE ANTÔNIO SANTOS BRANCO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, membros do
Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, senhoras e senhores, o Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia, o COMCET, foi criado por uma Lei
Complementar de 1996 e vem estabelecendo nesses doze anos um diálogo permanente
com a sociedade local por intermédio dos representantes da sociedade e de
fóruns, no que tange à ciência e tecnologia no Município de Porto Alegre.
Manter-se como um órgão consultivo, propositivo e fiscalizador dos projetos
desenvolvidos pelo Executivo Municipal na área da ciência, tecnologia e
inovação tem sido o nosso principal objetivo, mas, tendo em vista a relevância
do setor no desenvolvimento econômico e social de nosso Município,
estabelecendo um diferencial competitivo e um reconhecimento nacional e
internacional como um pólo de ciência e tecnologia, fazem-se necessárias ações
efetivas na formulação de políticas públicas de desenvolvimento
técnico-científico a partir de iniciativas governamentais e com o apoio da
iniciativa privada.
Com
esse intuito, o COMCET vem, através deste colegiado, salientar a importância,
já destacada na V Conferência Municipal de C&T de Porto Alegre, de um
agente vinculado à Prefeitura Municipal no que se refere às demandas que a
ciência e a tecnologia vêm trabalhando nos últimos anos, responsável, então,
pela formulação de uma política pública de difusão da ciência e tecnologia,
pela captação de recursos federais - hoje disponíveis e sem possibilidade de
acesso do nosso Município - e, assim, a formação de um Fundo Municipal de
Ciência e Tecnologia. Temos a certeza de que um agente dessa natureza permitirá
que Porto Alegre seja referência mundial nessa área cada vez mais globalizada.
E
o COMCET, objetivando cumprir a sua missão, vem, nos últimos meses, junto com
diversas entidades - Federasul, FIERGS, Universidades, Sinduscon, Sindihospa,
entre outras que participam do Conselho Municipal, inclusive a própria
Prefeitura de Porto Alegre -, formulando a possibilidade de criação de uma
Agência de Inovação para Porto Alegre, objetivando não só a ciência e a
tecnologia como também os setores econômicos e sociais relacionados, como
saúde, construção civil, serviços, entre outros. Essa Agência, em um formato de
autarquia especial, terá uma coordenação pública, mas com um conselho gestor
formado por entidades privadas, o que permitirá uma maior agilidade e autonomia
administrativa e financeira. A Agência, denominada inicialmente INOVAPOA, está
sendo amplamente discutida com a sociedade e, a partir deste momento, deverá
estar sendo disponibilizada e discutida com esta Casa.
O
COMCET realizou algumas reuniões com Lideranças e Bancadas desta Casa,
antecipando a discussão desse assunto, mas temos a convicção de que ainda se
fará necessário um maior esclarecimento sobre a sua abrangência. E, desde já,
nos colocamos à disposição de todos os Partidos, das Bancadas e dos Vereadores
para os esclarecimentos que se fizerem necessários. Nosso objetivo, neste momento, perante os Srs. Vereadores, é colocar e
salientar a visão do nosso Conselho. Essa visão se baseia na necessidade
emergencial da aprovação da Agência de Inovação, pois não podemos, como dizemos
aqui no Rio Grande do Sul, “deixar o cavalo passar encilhado”. O momento é este, a oportunidade é esta, para transformarmos Porto Alegre em um pólo
econômico e social baseado na ciência e na tecnologia.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convidamos o Sr. Jorge Antônio Santos
Branco para fazer parte da Mesa.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Dr. Jorge Branco, quero, falando em nome do Ver. Luiz Braz, Líder
da nossa Bancada, dizer da importância do que V. Exª traz a este Plenário,
especialmente depois do Congresso das Cidades, no qual se trabalhou muito a
importância da tecnologia na questão desenvolvimentista. Nós, que já temos um
desenvolvimento da informática de aproximadamente 20% na cidade de Porto
Alegre, poderemos, com essa tecnologia cada vez mais aperfeiçoada, cada vez
mais revolucionária, junto com as questões de imagem televisionada, fazer quase
a instantaneidade do conhecimento e esse progresso.
Nenhuma Administração poderá abrir mão; trabalhamos
aqui na Casa com o Dr. Newton Braga Rosa, professor e Vereador, inclusive ele
está buscando, agora em Hannover, as questões de informática voltadas ao nosso
desenvolvimento, desenvolvimento este que passou por muitos processos, entre
eles as escalas
desenvolvimentistas, depois a globalização, e voltamos ao desenvolvimento
agora, como top de linha na busca desse crescimento. Meus parabéns pelo
seu trabalho e por sua revista; realmente, fazia muito tempo que eu não recebia
uma publicação tão importante e tão sóbria. Meus parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Presidente do COMCET, Sr. Jorge Antônio
Branco, falo em nome da Bancada do Partido Progressista, composta nesta Casa
por este Vereador e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Newton Braga Rosa. A
ciência e a tecnologia comandam todos os atos do homem agora e avançam de forma
impressionante: o que hoje se cria como novo, amanhã se torna obsoleto.
Portanto, eu cumprimento o Conselho pela idéia da criação de um Fundo, fato que
depende do Prefeito, é claro, tem que ser uma iniciativa do Executivo, à qual
os Vereadores apoiariam e melhorariam, sem dúvida nenhuma, se pudessem.
Nós
temos na nossa Bancada, como já foi dito pelo Ver. Sebenelo, o Ver. Newton
Braga Rosa, que é um homem voltado à tecnologia da informática. Eu gostaria de
dizer que ciência e tecnologia são indispensáveis, sim, mas não podemos nos
esquecer da figura da criatura humana: tudo deve ser feito em nome do homem,
para o homem e pelo homem. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARIA CELESTE: Em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, saúdo o Sr. Jorge Antônio Branco,
Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, com muita alegria o
recebemos aqui! Quero dizer da importância desse Conselho para a cidade de
Porto Alegre. Porto Alegre é considerada uma das metrópoles que tem a melhor
qualidade de vida, e isso é significativo em termos de tecnologia e também em
investimentos importantes. Quero dizer que a alta tecnologia das cidades tem
avançado muito nos mais diversos setores, especialmente - lembrava aqui a minha
Líder, a Verª Margarete Moraes - na área da Medicina, na área dos transplantes.
Isso para nós é muito importante, muito significativo.
O Ver. João Antonio Dib
falava do Ver. Newton Braga Rosa, e aqui eu quero fazer uma referência também
ao Ver. Carlos Comassetto; são os dois Vereadores desta Casa mais envolvidos
com o tema. E, com a anuência do atual Presidente, deu-se continuidade a um
trabalho que iniciamos no ano passado no sentido de montar um Comitê de Porto
Alegre para que pudéssemos trazer a esta Cidade a Feira CeBIT, ou um braço da
CeBIT. Hoje eu tive a grata satisfação de ver essa conquista sendo de fato
realizada. Em 2010, Porto Alegre será a sede de um braço dessa importante Feira
de Ciência e Tecnologia no nosso País, e isso foi possível especialmente a
partir da ação desta Casa, da Câmara Municipal, que ampliou o seu leque de
alianças partidárias e também de pluralidade, envolvendo a Prefeitura Municipal
de Porto Alegre e demais entidades da sociedade civil organizada da Cidade de
Porto Alegre. Hoje nós temos a bela informação de que Porto Alegre, em 2010,
vai ser foco, vai sediar essa importante Feira. E poderá, cada vez mais,
discutir a tecnologia, o papel da cidade de Porto Alegre para a tecnologia e o
compromisso com o Brasil, enfim, com o mundo, no que diz respeito à ciência, à
tecnologia e ao nosso desenvolvimento. Parabéns ao Comitê, eu sei o quanto o
Conselho trabalhou - e tem trabalhado - para que, de fato, Porto Alegre fosse
sede desse importante evento.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: A
pedido do nosso Líder, Ver. Haroldo de Souza, vou falar em nome da Bancada do
PMDB, Sr. Jorge Branco. Cumprimento-os pelos dez anos de luta - acho que é uma
luta com vitória. Há poucos dias, eu testemunhava a assinatura de um convênio
do Município de Porto Alegre, através da PROCEMPA, com o Estado do Ceará. Isso
demonstra que Porto Alegre, realmente, está à frente de muitos outros lugares,
de muitas outras cidades do Brasil. Certamente isso é o resultado do trabalho
de vocês todos, de todos aqueles que têm envolvimento direto com o COMCET,
enfim, com todos os segmentos que têm o seu trabalho voltado à tecnologia. Eu
acho que, cada vez mais, nós precisamos buscar recursos. E essa idéia da
criação do Fundo é um passo concreto nesse sentido. Então, ficam aqui os
cumprimentos da Bancada do PMDB a todos vocês.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra, no termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Sr. Jorge
Antônio Santos Branco, Presidente do Conselho Municipal de Ciência e
Tecnologia; nós nos sentimos extremamente gratos pelo seu comparecimento, uma
vez que é importante o Vereador acompanhar todo o trabalho em prol do
desenvolvimento da ciência e da tecnologia em Porto Alegre. Nós trabalhamos com
o programa de televisão Porto Alegre Amanhã, e, sem dúvida alguma, todo o
alicerce, toda a base se encontra nesse Conselho. Eu gostaria de pedir licença
para destacar - como nós tivemos no final de semana o Dia Internacional da
Mulher, estamos na Semana da Mulher - a contribuição da Rita Carnevale dentro
do Conselho. Com certeza é de forma enriquecedora. Parabéns! E contem com a
nossa Bancada, composta pelos Vereadores Ervino Besson, Mauro Zacher, Nereu
D’Avila e Mario Fraga.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Prezado
Jorge, a presidência quer se somar às manifestações de todas as Bancadas,
dizendo que o senhor é sempre bem-vindo a esta Casa. Se há uma área que a nossa
Cidade tem uma vocação e está muito avançada é a área de tecnologia. Portanto,
cumprimento-o pela sua manifestação.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h21min.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h22min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; antes de trazer assuntos que dizem respeito a
alguns Projetos, quero cumprimentar a equipe do COMCET, toda a equipe; eles fazem
uma visita a esta Casa e trazem um belo exemplar de publicação, no qual é
relatado - quase uma prestação de contas - o seu trabalho.
Vou tentar dirigir a nossa fala a dois Projetos. Um
Projeto está tramitando nesta Casa, e o outro já é muito conhecido de todos.
Eu, sempre que posso, faço um apelo, e hoje não será diferente, no sentido de
que possamos aproveitar este espaço e divulgar, ainda que muitas pessoas que
precisam desse Projeto não tenham acesso à TV a cabo, mas temos que usar aquilo
que está ao nosso alcance. Ver. João Antonio Dib, já mostrei aqui desta tribuna
e volto a mostrar: 24 meses com parcelamento do ITBI e 24 meses sem
parcelamento - mais de 40% na Receita.
Eu peço a atenção do nosso Líder, Ver. Professor
Garcia: é difícil sustentar qualquer argumento que não ressalte a importância,
a necessidade de fazer divulgação desse Projeto. É um Projeto temporário, as
pessoas terão o prazo até 15 de maio para solicitar o parcelamento, por isso a
importância de nós divulgarmos. Evidentemente, pelo que se estabeleceu,
autorizando a escritura pública após a quitação do ITBI, não vejo mais
necessidade de pleitearmos aqui a renovação do Projeto. Difícil ter um
argumento que não seja aquele do convencimento de que esse Projeto pode se
tornar definitivo, Ver. João Antonio Dib, V. Exª já foi Prefeito do Município
de Porto Alegre. Era preocupação do Executivo a possibilidade de as pessoas
pagarem uma ou duas parcelas e, depois, não pagarem mais, e o Executivo ter que
se estruturar e ter mais trabalho para buscar essas cobranças. Pois bem,
encontrou o Executivo uma forma de somente autorizar a escritura após a
quitação do pagamento de todas as parcelas. Nesse sentido, não vejo mais por
que o Executivo não propor um Projeto colocando essa condição de forma
permanente. Alguém poderá dizer: “Então, só faz a escritura do imóvel quando quita?”
Pois bem, são essas as condições. Ocorre que são infinitos os imóveis que ainda
estão com carência de regularização.
Eu volto a contar uma historia. Tenho trinta anos
de mercado, e, desde a época do BNH, do fechamento do BNH, com a falta de
financiamento nos bancos, as empresas construtoras foram buscar financiamento
direto, os chamados Plano Cem, Plano Oitenta. Pois essa aquisição também se deu
através dos contratos particulares, contratos esses que estão quitados, muitos
deles averbados no Registro de Imóveis para dar uma certa segurança, mas ainda
carentes da escritura pública, porque propriedade se transfere através da
escritura pública. Para fazer a escritura pública temos que ter o ITBI
parcelado.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino, eu acompanho a
execução orçamentária mês a mês e posso dizer, com tranqüilidade, que V. Exª
está certo. O acréscimo da rubrica do ITBI é muito maior do que inflação.
Portanto, está provado que o parcelamento é bom e deve ser mantido. Eu conheço
muita gente, principalmente dos planos habitacionais do BNH, que agora está
encerrando o pagamento de suas prestações, e outros, com financiamento da Caixa
Econômica Federal, que não têm recursos de fazer o pagamento de uma só vez do
ITBI, então, deixam o contrato pendente, a escritura pendente, podendo amanhã
criar problemas sérios no caso de transmissão, etc. e tal. Acho que é muito
oportuno que seja divulgado e mantido o Projeto que V. Exª apresentou a esta Casa,
Projeto que tem possibilitado o recolhimento de bons frutos pela Fazenda
Municipal.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu fico muito
contente em ouvir esse depoimento de sua parte, não querendo desmerecer os
demais Vereador, mas V. Exª foi Prefeito, é o que o diferencia dos demais,
vivenciou isso. Eu, Ver. João Antonio Dib, quando propus esse Projeto, tinha
muita segurança de que não iríamos ter queda na Receita. Poderíamos ter no
início, mas depois recuperaríamos. Na verdade, nós nunca tivemos, a partir do momento
em que entrou em vigor o Projeto, queda na Receita, tanto é que vamos encontrar
meses com aumento de até 70%. Quando eu digo que temos 40%, apresento a média
dos últimos 24 meses.
Então, sinceramente, não vejo uma outra opção a não
ser essa do nosso Prefeito. E vou ter a oportunidade, certamente, acompanhando
o nosso Líder do Governo aqui, o Ver. Professor Garcia, de levar ao Prefeito
esta solicitação: que encaminhe para cá um projeto tornando-o definitivo; que
possamos, evidentemente, divulgar, porque as pessoas de baixa renda não dispõem
desse dinheiro, Ver. Ervino Besson, para fazer a escritura pagando-a à vista.
Se não dermos condições, eles não vão escriturar, conseqüentemente o Executivo
também não recebe. E aqui nós temos liberdade de falar desta tribuna, mas,
lamentavelmente, as pessoas de baixa renda, na sua grande maioria, não têm TV a
cabo para assistirem e, quem sabe lá, então, tomarem providência. É lamentável
que nós não estejamos vendo a divulgação merecida desse Projeto.
Ver. Ervino, que foi um dos Vereadores, entre
tantos aqui desta Casa, que nos apoiou desde o início: Vossa Excelência nunca
votou contra e sempre teve humildade o suficiente de perguntar por que é que
nós tínhamos a certeza de que seria um grande Projeto. Eu lembro de muitas
reuniões que fizemos lá no meu e no seu gabinete, onde eu debatia e mostrava da
experiência, da certeza que tinha de que iríamos ter, pelo contrário, um
aumento na arrecadação, o que se confirma hoje. Quero o cumprimentar por isso e
cumprimentar todos aqueles Vereadores que desde o início nos ajudaram a
construir e a chegar aonde chegamos.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino Vendruscolo, eu
quero lhe dizer que V. Exª é um dos poucos Vereadores desta Casa que conhece
com profundidade esse ramo, porque V. Exª trabalha muitos anos nessa área e
trouxe, sim, esse Projeto, que beneficia muitas pessoas, inclusive amigos meus
que tinham contrato de gaveta, Vereador, conseguiram escriturar o seu imóvel. Portanto,
é uma bela idéia. Vossa Excelência trouxe o Projeto a esta Casa, foi votado, e
o Vereador até hoje está defendendo o Projeto, que, sem dúvida nenhuma, está
mostrando que é um grande ganho para a cidade de Porto Alegre. Acho que V. Exª
tirou um peso da cabeça de muita gente que tinha os seus imóveis com contrato
de gaveta. Olha, sem dúvida nenhuma, a Casa tem de ter esse reconhecimento,
acho que milhares de pessoas desta Cidade agradecem a V. Exª pela sua brilhante
idéia, que, além de trazer benefícios, mais dinheiro para os cofres públicos,
ainda beneficiou essa grande quantidade de pessoas que tinha contrato de
gaveta. Parabéns, Ver. Bernardino Vendruscolo!
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Por
exemplo, no ano de 2004, arrecadamos 64 milhões de reais; no ano de 2005, 72
milhões de reais; no primeiro ano do parcelamento, em 2006, foram 86 milhões de
reais e uns quebrados. Agora em 2007, foram 105 milhões de reais.
O
Sr. João Antonio Dib:
Exatamente, eu queria documentar a informação de V. Exª dizendo que a previsão
orçamentária do ano passado era de 90 milhões, e a Prefeitura arrecadou mais de
105 milhões de reais.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: A
previsão era de quanto, por favor?
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu
quero aproveitar aqui para mostrar uma tabela que nós fizemos (Mostra fotos.)
para facilitar a visualização. O que está na cor amarela é o período em que
tivemos o parcelamento em vigor. É exatamente isto: em média, Presidente, Ver.
Sebastião Melo, nós tivemos mais de 40% de aumento. Então, fica aqui, mais uma
vez, o apelo para que o Executivo encaminhe um projeto a esta Casa tornando o
parcelamento do ITBI algo definitivo. Porque já se comprovou que não temos
queda na Receita, pelo contrário, temos aumento. Ele é necessário, porque
muitos imóveis em Porto Alegre estão ainda em situação irregular. A própria Sociedade
de Engenharia nos dá números que são espantosos.
Agora
eu vou falar de um outro Projeto, que há dois anos e pouco estamos tentando
construir, que é o Projeto que trata das caçambas, esse equipamento de
recolhimento de entulhos em Porto Alegre. Nós já há muito estamos lutando para
que se consiga... Estou mostrando uma caçamba (Mostra fotos.) que basicamente é
da cor do asfalto, e à noite, por exemplo, é impossível alguém a notar, até
porque não tem sinalização nenhuma. Vou mostrar outra na mesma situação. Sequer
eles respeitam a legislação que está aí, uma legislação que infelizmente não é
tão rigorosa. O que nós estamos propondo? Aqui eu vou mostrar (Mostra projeto
de modelo de caçamba.), isto já está basicamente acertado com a EPTC, essa
parte que está em azul é a parte em que a empresa poderá colocar o seu nome, o
seu telefone, enfim; as partes traseira, dianteira e laterais devem ser nas
cores laranja, vermelho e branco, em tinta reflexiva, para bem se visualizar
esses equipamentos. Além disso, não podemos mais permitir que esses
profissionais - e aqui eu queria salientar que não são todos - estacionem nas
esquinas, nas calçadas estreitas de Porto Alegre, forçando as pessoas a
caminharem pela pista de rolamento. Eles estão estacionando essas caçambas na
frente de colégios, em cima das calçadas, como disse antes, no centro e na
frente dos edifícios, criando um constrangimento para os demais vizinhos, até
porque, e nós sabemos que é assim, quando alguém contrata um equipamento
desses, e ele fica na frente do prédio, os demais se encarregam de colocar lá
lixo orgânico.
Eles
têm um prazo de 72 horas para recolher essas caçambas, mas não recolhem, e o
que nós queremos é trazer maior rigor. Quando houver descumprimento da
legislação, tem que haver penalidade, pois uma lei sem penalidade é a mesma
coisa que nada. Então, é isto que nós queremos: fazer com que essas pessoas
tenham o seu trabalho reconhecido, mas que tenham responsabilidade, acima de
tudo, com a sociedade, que trabalhem no sentido de evitar, cada vez mais, os
acidentes, que têm sido constantes. Inclusive, muitos deles estacionam esses
equipamentos e, quando chegam para recolhê-los, há automóveis estacionados
próximos, que eles acabam arredando do jeito que bem entendem.
Então,
fica aqui, mais uma vez, o apelo para que a gente possa compor nesta Casa um
Projeto que venha deixar a cidade de Porto Alegre um pouco mais bonita, porque
essas caçambas, do jeito que estão, além dos acidentes, só nos trazem coisas
ruins, pois são feias e estão armazenando, além de caliça, lixo orgânico.
Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregôo
o seguinte expediente, assinado pelo Ver Claudio Sebenelo (Lê.): “Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, o Vereador que este subscreve comunica que, a partir desta data,
o Ver. Luiz Braz passará a ser o Líder da Bancada do PSDB. Porto Alegre, 10 de
março de 2008.”
Apregoamos
o PLL nº 027/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Título
Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Srª Maria Cecília Medeiros de Farias
Kother.
Convido
o Vice-Presidente, Ver. Claudio Sebenelo, a assumir a presidência dos
trabalhos, tendo em vista que eu gostaria de fazer uma rápida visita ao
Conselho de Cidadãos, que está reunido no Plenário Ana Terra. Gostaria de já
fazer um alerta aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que estão
na Casa: logo em seguida estaremos adentrando na Ordem do Dia, portanto
solicito que venham a Plenário.
(O
Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Claudio Sebenelo, que preside os
trabalhos da presente Sessão; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, neste
tempo quero trazer alguns assuntos de nossa Cidade e, depois, ao final,
discutir um tema nacional.
Dos
assuntos da Cidade, começo trazendo algumas fotografias que quero mostrar aos
Vereadores e também à população que nos acompanha tanto no Plenário, quanto em
casa, pela TVCâmara, de uma caminhada que fiz na sexta-feira passada na nossa
queridíssima, importantíssima Rua da Praia, Rua dos Andradas. A situação da
Rua, em termos de pavimentação, é absolutamente triste. O que está sendo feito
pela Administração Fogaça nos deixa apavorados. No nosso período, na SMOV,
havia uma equipe permanente para fazer o trabalho de manutenção da Rua da
Praia. Começo com esta fotografia e peço à TVCâmara que a mostre - meus colegas
também podem a ver no visor -, é a esquina da Rua da Praia com a antiga Rua da
Ladeira, atual Rua General Câmara: ali, todos conhecem, começa a pavimentação
da via com pedras irregulares de duas cores, formando um desenho. A atual
Administração simplesmente, quando quebra alguma dessas peças, coloca cimento -
simplesmente cimento! -, deixando o local, que era bonito, que tinha um
trabalho realizado previamente pela própria Prefeitura, numa situação como esta
que estamos vendo agora. (Mostra fotografia.)
Numa
outra fotografia do mesmo local, há alguns degraus para quem quer começar a
acessar a Rua da Ladeira. Olhem o que temos agora, obra do Prefeito Fogaça e
seu Secretário Maurício Dziedricki - as pessoas ficam brabas quando o chamo de
“secretário mauricinho”! (Mostra fotografia.) Mais adiante, ao lado do banco
que fica na mesma esquina, olhem a situação. (Mostra fotografia.) Eu quero
dizer que felizmente a SMOV chegou lá, porque há dois meses - de vez em quando
vou ao Centro e passo sempre nessa esquina - não havia qualquer trabalho, e,
quando o fizeram, olhem que trabalho fizeram, Ver. Dib: um trabalho porco, como
se diz popularmente.
Vejam
a Rua da Praia com Av. Borges de Medeiros, famosa Esquina Democrática. (Mostra
fotografia.) A minha assessora levantou uma pedra, e dá para perceber que, na
seqüência das pedras, todas estão soltas. Fui à Praça XV de Novembro: olhem a
situação dos degraus. (Mostra fotografia.) Outra foto da situação dos degraus
na Praça XV. (Mostra fotografia.) É de chorar! É de entristecer, é um trabalho
que precisa ser permanente, constante, mas nada é feito, e, depois de dois
meses, como é o caso da esquina da Rua dos Andradas com a Rua da Ladeira - Rua
General Câmara -, faz-se algo como isto! Todo um passado de construção, de
embelezamento da rua, simplesmente está se perdendo. A gente traz dados para
mostrar que a Cidade, infelizmente, nesse período, perdeu qualidade nos seus
serviços, andou para trás permanentemente.
Outro
tema que quero trazer, saindo do Centro e indo para a Região Sul: Ver. Dib, a
empresa Goldsztein propôs à Prefeitura construir quatro torres já na chegada da
Av. Diário de Notícias com a Av. Wenceslau Escobar, perto, Verª Maristela
Meneghetti, da Rótula com a Av. Icaraí: Diário de Notícias/ Icaraí/ Wenceslau
Escobar. Houve negociação com a Prefeitura, porque, em grandes empreendimentos,
nós sempre negociamos com as empresas para fazer algumas melhorias no entorno.
Foi assinado um acordo com a empresa, que, depois que tivesse vendido os
apartamentos, alargaria a Av. Wenceslau Escobar entre a Rótula com a Av. Icaraí
até a Rua Castro de Menezes - aquela rua onde está o primeiro Supermercado
Nacional; o maior deles, na Av. Wenceslau Escobar. Eu já falei duas, três vezes
com o Secretário Fortunati, que é quem administra esse assunto, e até agora não
há nenhuma informação mais concreta sobre esse alargamento.
E
por que ele se faz mais necessário ainda? Vocês sabem que a Zona Sul da Cidade
é uma região que tem crescido muito, muitíssimo, e a Administração Popular, no
seu último mandato, alargou um trecho da Av. Wenceslau Escobar, entre a Igreja,
a Praça Comendador Souza Gomes até a Rua Landell de Moura, e esse trecho citado
no acordo é um dos que precisa ser alargado, pois aí praticamente completaria o
alargamento da Av. Wenceslau Escobar. Mas até agora nada foi feito. E por que é
importante que se execute neste momento? Porque o empreendedor do Shopping
Barra Sul já está anunciando que, pelo seu acordo, também realizado com a
Administração Popular, estará iniciando nos próximos dias o alargamento da Av.
Diário de Notícias. Quem vai para a Zona Sul percebe que vamos ter então a Av.
Diário de Notícias alargada, e vai sair na Av. Wenceslau Escobar, num gargalo,
num funil, sendo que a gente tem esse acordo firmado com essa empresa
importante - acho que hoje é a maior empresa construtora da nossa Cidade, para
nosso orgulho, mas que precisa executar isso.
Então,
falta pressão, falta iniciativa da Prefeitura atual para que esse alargamento,
às custas da empresa Goldsztein, seja realizado, repito, entre a Rótula da Av.
Diário de Notícias/ Av. Icaraí, no começo da Av. Wenceslau Escobar até a Rua
Castro de Menezes. Está registrado, está assinado nos livros da Prefeitura.
Portanto, isso precisa ser executado, e o momento é agora, porque senão vai
virar um grande caos! O próprio Barra Shopping vai trazer mais trânsito para a
região, e mais adiante vai ter um gargalo, um grande funil. Solicito inclusive
à base do Governo - Ver. Garcia, Líder do Governo; Ver. Bernardino, Ver. Haroldo,
Ver. Dr. Raul, Ver. Dib, Ver. Wilton Araújo, Ver. Ervino Besson e Presidente
dos trabalhos - que se dirija ao Secretário Fortunati. Tem que sair essa obra,
porque senão o trânsito vai virar um inferno para toda a região. Ela já está
afunilada a partir da própria Av. Diário de Notícias, ao lado do Supermercado
Big, e será alargada agora. Então o problema vai se deslocar para mais adiante
e piorar, porque o próprio Barra Shopping vai puxar mais trânsito para si.
O
outro tema que quero aqui trazer é o seguinte: na metade do ano passado, Ver.
Dib, houve uma licitação para se refazer a cobertura do Auditório Araújo Vianna
- reforma interna -, e o parceiro que ganhou a licitação, uma grande empresa da
Cidade na área cultural de espetáculos, tinha até 180 dias para começar a obra.
Já se passaram 60 dias além do prazo máximo, que era de 180 dias, sem que a
obra tenha começado. Eu pergunto, Ver. Claudio Sebenelo: a Secretaria da
Cultura está punindo a empresa vencedora da licitação ou não? Deve haver multa,
do meu ponto de vista. Ou ganha a licitação prometendo fazer alguma coisa e não
faz? Pelo que se viu - eu tive uma surpresa logo depois da licitação -, não
tinha parceiros ainda, ia buscar os recursos. Mas como ganhou a licitação, se
não tinha recursos? Para mim, era uma questão primária: para ganhar a
licitação, já tinha que comprovar os parceiros e os recursos! Não possuía, mas
tinha prazo ainda de 180 dias, seis meses no máximo. Não começou, e já estamos
há mais de 60 dias além do prazo máximo. Pergunto: está sendo punida a empresa?
Há multa ou não? Ou pode simplesmente ganhar uma licitação e não cumprir o
acordo? O contrato é obrigação para as duas partes! E cadê a obrigação do
vencedor da licitação? Gostaria de respostas.
Para
minha surpresa, Ver. Dib, nesse tema de ampliação dos equipamentos dos
estabelecimentos importantes na Cidade - aliás, a construção civil nunca esteve
tão ativa, para nossa felicidade; nós, inclusive, que somos engenheiros civis
-, eu tive a desagradável informação de que a partir da ampliação do Shopping
Praia de Belas foi permitido, inclusive pela SMAM - me surpreende o Secretário
e Ver. Beto Moesch ter permitido -, o capeamento da Av. Borges de Medeiros com
asfalto. É dito: “Não, mas é um asfalto permeável”. É discutível a permeabilidade.
Foi uma luta cotidiana deste ex-Secretário, praticamente semanal, eu recebia um
pedido, uma pressão, para que se capeasse toda a Av. Borges de Medeiros. A Av.
Borges de Medeiros, do meu ponto de vista, é exemplo de uma obra maravilhosa de
pavimentação, muito bem-feita, com paralelepípedos, um material - e digo
brincando, mas é praticamente verdade - quase eterno. Não dá trabalho de
manutenção à SMOV, mas quanto a capear, a cada cinco anos - na melhor das
hipóteses, a cada dez anos -, haverá nova capa, nova capa e assim por diante.
Qual é a explicação? Alguns não gostam do barulho, mas quem foi morar lá sabia
do barulho. Diziam que tinha mais acidente. Eu solicitei formalmente à EPTC o
número de acidentes na parte da Av. Borges de Medeiros com paralelepípedo e na
parte da Av. Borges de Medeiros capeada, e era menor o número no
paralelepípedo, porque o pessoal já diminuía a velocidade. Fiquei surpreso e
quero manifestar a minha contradição, porque isso recebeu o apoio da Secretaria
do Meio Ambiente.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Barbosa, não é
contradição o que V. Exª quis dizer, é contrariedade. Eu acredito na
contrariedade de V. Exª, como também tenho em relação ao ex-Secretário Estilac
Xavier, que asfaltou a Av. Borges de Medeiros até a Av. Ipiranga. E, pior do
que isso, asfaltou a faixa de segurança que eu tinha colocado ali como
experiência para provar à Cidade que funcionava. Uma faixa de segurança em
blocos de concreto pretos e brancos.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Vossa
Excelência poderia dizer, eu é que não poderia dizer isso, mas acho que não
deveria o meu companheiro e amigo Estilac Xavier ter feito o primeiro
capeamento, mas de fato foi do Centro até a Av. Ipiranga. Mas, a partir daí,
não deveria mais ser capeada, não deveria, não há motivo. Repito: é o exemplo
de uma pavimentação muito bem-feita, com material nobre que não se usa mais,
porque é muito caro. A SMOV, quando os retira de um lugar, porque precisa,
guarda os paralelepípedos, para poder usar nessas situações. Fica aqui o meu
descontentamento, que isso seja revisto pela SMAM, que não seja feito o
capeamento.
Outro
dia, há duas semanas, ao ser publicada uma pesquisa sobre o Governo Federal, da
CNT/Sensus, em que se mostrava que tanto o Presidente Lula quanto o Governo
haviam subido na aprovação de uma forma expressiva, o Ver. Luiz Braz veio aqui
com um monte de argumentos dizer que era impossível, “como era possível uma
coisa dessas”. Eu trouxe recortes de jornais para mostrar a importância da
situação no País e, portanto, da grande avaliação e aprovação do Governo
Federal. (Mostra recortes) (Lê.) “Jornal Zero Hora, 20 de dezembro de 2007:
Investimento direto é o maior em 60 anos; US$ 33,7 bilhões foram destinados ao
País até novembro”; “Correio do Povo: Desemprego fecha 2007 em um dígito, apura
IBGE; Segurança no emprego é alta; Construção precisa pessoal qualificado”;
“Jornal do Comércio, 15 de janeiro de 2008: União libera R$ 2 milhões para
moradia na Capital” - para a Chocolatão. Em outro jornal (Lê.): “Falta
mão-de-obra para suprir a demanda na construção civil”. “Correio do Povo:
Construção entra em forte expansão”. E hoje, na sua coluna, a jornalista Rosana
de Oliveira, como conseqüência daquela pesquisa sobre a corrida eleitoral em
Porto Alegre, mostra uma avaliação dos porto-alegrenses sobre o Governo
Federal, Estadual e Municipal. A melhor avaliação foi a do Governo Federal, do
Presidente Lula. Muito melhor que a do Prefeito Fogaça, que, aliás, como
mostrei, é lamentável. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, nós chegamos a um momento em que o trânsito de Porto Alegre está
complicadíssimo. Hoje temos na Pauta um Projeto do Ver. Mario Fraga que acho
inócuo, mas de qualquer forma está aí tentando minimizar os problemas. Eu
alterei o itinerário que fazia quando ia para casa: deixei de ir pela Av.
Independência, passei a ir pela Av. João Pessoa, depois Av. Ipiranga e Av.
Goethe. Fazia dois ou três anos que não passava por este local, mas esses dias
eu tive que subir a Av. Independência e verifiquei que as coisas continuam da
mesma forma: Porto Alegre é a capital mundial da carroça. É o único lugar no
mundo em que o número de carroças aumentou. Há anos eu já reclamava que ali na
Rua Annes Dias, em frente à Santa Casa, no lado oposto, estacionavam
carroças para coletar lixo. Esses dias, quando eu passei, em torno de 18h, pela
Rua Annes Dias, vi que o problema de anos continuava o mesmo. Ali estavam duas
carroças, junto a elas a placa de parada proibida. Não era de estacionamento
proibido; era de parada proibida! Elas estavam junto da placa de parada
proibida, e os sacos de lixo amontoados no chão. Não sei se já não estavam
fazendo ali uma seleção, porque, evidentemente, eu não podia parar para ver. Eu
imaginava que esse assunto já teria sido resolvido, que esse problema já teria
sido sanado, mas lá estavam duas carroças na hora de maior movimento da Cidade,
onde a Rua Annes Dias afunila para entrar na Av. Salgado Filho. Duas carroças e
junto a elas uma caminhonete ainda. É difícil de entender!
Por
outro lado, no Viaduto Loureiro da Silva - eu pensei que já não estava mais, já
não olhava -, esses dias eu olho, e lá está uma placa de parada de lotação. Eu
nunca vi, no mundo, parada de ônibus em cima de ponte ou em cima de viaduto!
Não tem por quê! As pessoas teriam que procurar a ponte ou o viaduto para ir lá
no meio buscar uma parada! Porto Alegre tem essa discrepância.
Este
momento é o do reinício das aulas, e a reclamação toda da Cidade é faixa de
segurança na frente das escolas. Eu fui Secretário de Transportes e senti esse
problema. Da Secretaria de Transportes, eu passei para a Secretaria de Obras e
lá tentei ajudar a resolver o problema. Eu venho propondo, ao longo de anos,
que sejam utilizados blocos de concreto pretos e brancos para faixa de
segurança. Eu fiz uma na frente da SMOV, precisava ser testada. O ex-Vereador
Estilac, quando Secretário de Obras, entendeu que deveria passar o asfalto em
cima dela, e o Ver. Barbosa agora reclama que a Av. Borges tenha sido asfaltada e que
queiram asfaltar mais um trecho. Se não tivessem feito isso, ao menos teríamos
a certeza de que essa faixa de segurança seria econômica para a Prefeitura,
porque ela duraria alguns anos. Essa faixa que construí ali deve ter ficado
mais de seis ou sete anos em perfeitas condições. Sugeri isso no Governo
passado e no atual, e eles até me disseram que não sabiam que havia blocos de
concreto pretos e brancos, que por isso não haviam feito a aplicação ou pensado
em utilizar. Mas volto a dizer: a Prefeitura vai ganhar muito dinheiro, porque
a placa, com a faixa de segurança com blocos pretos e brancos de concreto, é de
duração acima de dez anos, e as faixas hoje pintadas com tinta plástica não
conseguem passar de um ano para o outro, são alguns meses. Dependendo do
trânsito local, muito rapidamente ela desaparece e tem que ser refeita, mas
aquela de blocos de concreto pretos e brancos a cada dia ficava mais bonita.
E tem uma vantagem mais: se eu desejar mudar de
local a faixa de segurança, vou lá, retiro os blocos e boto noutro local. Na
faixa de pintura plástica, não posso fazer nada, tem que pintar em cima dela da
cor do asfalto, para que desapareça. Fica uma coisa meio esquisita na Cidade.
Portanto ainda há tempo. As pessoas podem procurar, ouvir, procurar os blocos
de concreto pretos e brancos. Existe, sim - estou avisando a SMT e a EPTC -,
blocos de concreto pretos e brancos. A Rua Sepé Tiaraju foi feita em 1978 com
blocos de concreto e está inteirinha lá. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Dib.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Meu querido
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras
Vereadoras,
Srs. Vereadores, externarei aqui uma preocupação da nossa Bancada. A nossa
Bancada é uma Bancada trabalhista e nacionalista. Há muito tempo que se quer
retirar esse termo “nacionalismo”, prejudicando a soberania das nações. Há uma
tal de globalização que diz que não é importante ter um País com limites, que é importante a sua seleção de
basquete, a sua seleção de futebol, o seu pentatlo, mas que não é importante a
nação. O nosso Partido ainda continua achando que nação é importante, que o
Brasil é importante, que ele, como unidade compacta, vai disputar a
globalização com os grandes países, porque haveremos de ser o futuro na
agricultura, nos combustíveis não sei se vai vingar...
Então,
o que acontece? Eu vinha conversando com o Ver. Braz a respeito das bancas de
revistas aqui da nossa Cidade, e estávamos nos entendendo bem. Dentro do
Projeto, o Ver. Vendruscolo apresentou uma Emenda para que as propagandas
feitas nas bancas de revistas ocorram por licitação, não a compra das bancas de
revistas, porque a maioria das bancas são concessões e têm donos, não; a
propaganda na banca de revistas deve ser licitada. E por que uma Bancada
trabalhista, nacionalista, se preocupa e começa a querer discutir isso,
inclusive em tempo de Liderança, querendo ouvir o pensamento dos outros
Vereadores? Porque, se não houver licitação, aí chegarão elementos estranhos aos
nossos interesses e bancarão esse trabalho.
Licitação
é uma das armas que há para o controle das coisas dentro dos países,
principalmente em um País que anda se descuidando um pouco das coisas públicas
e nacionais, que anda adentrando na corrupção. Então, a nossa Bancada quer
discutir isso, sim. Quando não existia esse processo... Estávamos conversando
sobre as bancas que iam ter remodelação, as bancas que iam começar a vender
vários produtos - o que é bom para a população, mas agora, ainda há pouco, fui
obrigado a dar um Parecer ao Projeto da Verª Maria Luiza, ela sugeria que não
houvesse licitação para determinadas ONGs. Eu disse: “Vereadora, V. Exª é da
nossa Bancada, é de uma Bancada trabalhista, nós não podemos deixar as
licitações fora disso”. A Vereadora entendeu e retirou a proibição de licitação
para o processo que ela queria em determinadas ONGs, e eu achei aquilo uma
vitória do trabalhismo, uma vitória dos políticos que estão preocupados em
redimir a Saúde, que se vai, porque não há verbas. Agora não sabem de onde vão
tirar os 20 bilhões de reais que a CPMF iria botar, e, como não há CPMF, não
tinha que ter 20 bilhões, tinha que ter 20 bilhões de reais nos cofres
brasileiros. Então quem luta pelo pobres, quem luta pelos necessitados precisa
ter a licitação como arma.
Então,
desculpe-me, Sr. Prefeito, que vetou a licitação, porque eu hei de estar junto
com o Prefeito em 99% das vezes, mas em 1% das vezes não. Por quê? Porque esta
Bancada tem cara, este mandato tem cara, este mandato tem responsabilidade, e,
quando afastarmos, Ver. Todeschini, os métodos legais que a sociedade encontrou
para controlar os negócios no Brasil, nós estaremos votando errado, nós
estaremos fazendo errado. Conclamo todos os senhores a pensarem nisso e para
reconduzir o pensamento de um parecer do nosso querido Ver. Guilherme Barbosa,
muito inteligente, espero que nacionalista, como tem se demonstrado, em que ele
deu a entender que poderiam ser licitações a respeito das bancas. E não é, Ver.
Barbosa, é licitação sobre a propaganda! E isso precisa ser controlado. Isso
não pode ser...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. DR. GOULART: Sim,
sim, então eu gostaria que os Vereadores pensassem nisso, eu sei que não é só a
Bancada do PTB que é nacionalista, eu sei que nós somos nacionalistas. Nós
temos que proteger o nosso comércio. Para vender aço nos Estados Unidos,
quantas barreiras se fazem?! Para vender gado na Europa, quantas barreiras
fazem contra nós?! Fazem barbaridades na América contra o produto brasileiro, e
a Europa vai de arrasto! A Rússia está-se metendo “de pato a ganso”, e a China
também quer agora não fazer grandes negócios conosco colocando barreiras! Então
temos que cuidar direito do que é nosso. Trabalhismo e nacionalismo são termos
sinônimos, eu espero que os Vereadores me acompanhem neste raciocínio e comecem
a se preocupar agora, principalmente a Bancada do PT, que é uma Bancada
nacionalista.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Dr. Goulart.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, público que nos assiste, às vezes, quem lê de maneira muito rápida as
manchetes dos jornais - voltando ao assunto, Ver. Todeschini - imagina que a
matéria seja uma coisa, mas, quando a olha com outros olhos, vê que é outra
coisa. Por exemplo, a Prefeitura Municipal fez um alarde muito grande em
relação à iluminação pública e vai aplicar 64 milhões em iluminação pública
este ano. Isso é uma propaganda absolutamente enganosa da Governança Local
Solidária. O que acontece é que deverão ser gastos, ao longo de cinco anos, 12
milhões por ano, e é precisamente o valor que estava orçado para o ano de 2007,
orçado em 2006, no título “Qualificação e Ampliação da Iluminação Pública”.
Mas, em 2007, Ver. Todeschini, essa rubrica teve empenho zero, não foi gasto um
centavo na iluminação pública. Agora, então, a Prefeitura está correndo atrás
do prejuízo provocado por três anos de quase abandono da reposição de
luminárias.
Mais
do que isso, a SMOV coloca faixas - não é, Ver. Adeli? - em monumentos do
Patrimônio Histórico Cultural, como é o caso do Viaduto Otávio Rocha, num local
tombado pelo Patrimônio. Há faixas que dizem: “Estas lâmpadas foram roubadas.
Denuncie pelo número...”. Em vez de trocarem as lâmpadas, gastam em faixas e
ainda cometem uma infração ao se utilizarem de faixas de plástico em um
monumento que é preservado. Se a iluminação pública hoje está degradada como
nunca aconteceu na história de Porto Alegre, se a Cidade está às escuras, é por
absoluta inércia administrativa. Esse programa de 64 milhões conta com 19
milhões do Governo Lula, do Governo Federal, e, mais uma vez, nós estamos provando
o quanto o Governo Federal investe na cidade de Porto Alegre.
Então,
o Programa Porto Alegre + Luz é uma privatização maldisfarçada da iluminação
pública e o abandono do investimento na estrutura municipal de prestação de
serviços públicos. E a tática é esta: primeiro deixa deteriorar, não realiza o
serviço, depois é fácil, “lava as mãos” e passa para a iniciativa privada.
Quero
dizer que as declarações do Secretário Beto Moesch de que o nosso Projeto, o
meu e do Haroldo, em relação à poluição visual nada acrescenta são lamentáveis
pois, se ele diz que nada acrescenta à lei que existe, e a Cidade está poluída
visualmente, isso significa que a SMAM não fiscaliza, não faz a sua parte.
Também
queria falar do que saiu hoje no Jornal do Comércio, na página 3: “Problemas da
Cidade”, e aí aparece a Praça Alberto Pasqualini, que, vista assim do alto,
como diz aquela música, parece que está muito boa, parece que está um brinco.
Ledo engano, até meados dos anos 70 o espaço era apenas um reservatório do
DMAE, depois foi murado e construíram a Praça, uma belíssima idéia, mas ela
ficou ao descaso, freqüentada por desocupados que se drogam, bebem, queimam
fios roubados para retirar o cobre, inibem a população e as crianças de usarem
a Praça, isso significa ausência do Governo, ausência do Poder Público,
ausência da Brigada.
Quero
dizer que lá no Jardim Botânico, onde moro, na Rua Buenos Aires, tem um
comércio pequeno que é assaltado seguidamente; já mandamos inúmeras cartas ao
Secretário de Segurança, já denunciamos. Infelizmente, um Assessor meu foi
assaltado lá, o Ricardo entregou o carro, e, quando o assaltante foi ligar o
carro, o alarme estava ligado, e ele não conseguiu ligar o carro e deu um tiro.
Por sorte não pegou no Ricardo Atti, esse rapaz que trabalha comigo, acabou
pegando no carro de outro vizinho, e os assaltantes, que estavam de moto,
ficaram passando mais cinco vezes por ali, intimidando, ameaçando os cidadãos e
cidadãs daquela região. A Brigada foi chamada mais de quatro vezes e
simplesmente não apareceu. E aí, Ver. Todeschini, como é que fica? Imagina se
isso acontecesse durante a gestão do Secretário Bisol, seriam capas enormes nos
jornais da Cidade! Mas esses fatos acontecem todos os dias em Porto Alegre, e
sai uma notinha muito pequenininha. E o caso daquela funcionária que o Ver.
Sebenelo aqui homenageou, funcionária do GHC, que às 15h30min de domingo foi a
uma festa de aniversário, numa ingênua festa de aniversário de uma criança, e
ela foi morta e executada, porque queriam roubar o seu carro. Há uma situação
de insegurança, é a grande assombração da cidade de Porto Alegre, e o Governo
Municipal não toma as providências, não cobra do Governo Estadual, e o Governo
Estadual faz que não é com ele.
Então,
são situações muito dramáticas que vive a cidade de Porto Alegre e que podem
ser comprovadas quando as pessoas telefonam para nós, quando nos mandam e-mails
e colocam inúmeras denúncias por dia, que infelizmente a Bancada do PT não tem
como denunciar mais, porque somos apenas nove Vereadores nos nossos tempos
institucionais. Queremos dizer que aquilo que era bom ficou pior ainda, e o que
era ruim, então, nem temos adjetivos para classificar, porque o que estava
errado não foi corrigido, e aquilo que estava bom conseguiram fazer com que
piorasse. Muito obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Verª Margarete Moraes.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Claudio Sebenelo, Presidente desta Casa neste momento; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu faço questão de registrar aqui a pesquisa Vox
Populi, divulgada na revista Voto, que chegou às bancas no fim de semana,
sobre a futura eleição para a Prefeitura de Porto Alegre. Nesta pesquisa o
atual Prefeito José Fogaça encontra-se com 27% das intenções de voto, cerca de
12% a mais do que a candidata que está apostada na segunda posição; ele está
disparado, na opinião das pessoas que foram consultadas, a respeito de quem os
porto-alegrenses gostariam de ver à frente dos destinos de nossa Porto Alegre.
A que se deve a esse fenômeno? Porque, afinal de contas, nós vemos aqui
discursos de pessoas que estão bravas, de pessoas que estão indignadas, dizendo
que o atual Prefeito Municipal está falhando no setor da iluminação pública, está
faltando no setor de calçamento, das ruas, no centro da Cidade. Quando ouvimos
os discursos, parece que realmente estamos num verdadeiro caos, que a população
de Porto Alegre está, Ver. Sebenelo, acompanhando essa indignação que vemos de,
pelos menos, uma parcela dos Vereadores deste Plenário, principalmente os
Vereadores e Vereadoras ligados à Bancada do PT.
Mas, quando olhamos a pesquisa, notamos que a
população de Porto Alegre não está realmente ouvindo os discursos, ou não está
dando crédito a esses discursos. Por quê? Porque algumas obras que estão para
surgir ou estão surgindo na Cidade já dão para o Prefeito Fogaça a
credibilidade que um administrador precisa para realmente ter a confiança dos
seus administrados. É o exemplo do Projeto Reluz: ouvi esse Projeto ser
criticado aqui, mas nós o votamos na Câmara Municipal; e o votamos, Ver.
Sebenelo, em função exatamente daquela escuridão que tomava conta - e ainda
toma conta - de boa parte de nossa Cidade, algo que não foi equacionado pela
Administração passada ou pelas Administrações passadas. Porto Alegre começa, na
verdade, uma nova trajetória; principalmente com relação à noite,
principalmente para aquelas pessoas que querem viver com maior segurança na
parte da noite, que querem circular pelo Centro da Cidade na parte da noite.
Mas não é só o Projeto Reluz, vamos ver que o
camelódromo está surgindo, as obras já estão avançadas; alguma coisa que era
pleito, de muitos anos, dos porto-alegrenses, que era liberar as ruas centrais
da Cidade, isso vai se tornando realidade. O camelódromo vai retirar as pessoas
que estão no Centro da Cidade. Inclusive fomos com uma delegação de governistas
e comerciantes até Belo Horizonte para vermos aquilo que estava acontecendo lá,
que era a construção do camelódromo e a retirada dos camelôs do centro da
cidade. Eu fui, o Ver. Adeli Sell foi, foram comerciantes da Cidade, foram
pessoas ligadas ao Governo Municipal, e a gente está tornando realidade isso
aqui em Porto Alegre. Até a metade do ano, nós vamos ter o camelódromo pronto,
e isso já vai ser alguma coisa que Porto Alegre vai conseguir apalpar.
Por outro lado, a gente nota, Ver. Sebenelo, que os
escândalos que ligam os petistas à grande rapinagem que é feita no País vão
sendo cada vez mais divulgados através de revistas, através de jornais, através
da imprensa em geral. Eu acredito que a população, Ver. João Dib, sopesando
tudo, fazendo uma análise sobre tudo isso que está acontecendo, vai oferecer
credibilidade maior a quem está administrando a Cidade. E fala aqui alguém que
tem no seu Partido um candidato que vai disputar, também, as eleições futuras.
Mas eu tenho que reconhecer que o julgamento, agora, da população é a favor do
Prefeito Fogaça, é um julgamento, Verª Neuza, Ver. Nereu, das ações do Prefeito
Fogaça até agora. Esse julgamento está saindo nessa primeira prévia, que está
sendo divulgada aqui, através da Vox Populi, através da revista Voto, que chegou às bancas no final
de semana. Então, todos nós, realmente, precisamos analisar melhor as obras
realizadas pelo Governo, as obras que ainda vão surgir e aquilo que, realmente,
é a necessidade, que é o clamor da população, o que a população precisa e o que
a Administração realmente pode dar.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Braz.
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras
Vereadoras,
Srs. Vereadores, público presente, em nome da minha Bancada, no espaço de
Liderança, vou falar sobre educação em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Nós temos acompanhado pela imprensa uma série de projetos implantados no
Governo do Estado como a enturmação e o fechamento de escolas. Pelo meu passado
de Secretária Municipal, de Secretária Estadual da Educação, tenho sido
solicitada a dar a minha opinião, mas considero que não é opinião. Palpite não
se dá, se fosse bom, comprava-se em farmácia. Eu vou dar aqui um parecer
técnico. Quando fui Secretária, fechei escolas, Ver. João Antonio Dib, mas
fechei escolas para fazer uma nucleação. Crianças da escola fechada, onde
tinham quatro, cinco, dez alunos, eram conduzidas em transporte escolar próprio
para uma escola-núcleo maior, com melhores condições. Aquelas turminhas
multisseriadas, em que uma professora tinha um aluno de primeira, um de
segunda, um de terceira e um de quarta, às vezes da mesma família,
desapareceram. Transportamos essas crianças para escolas com uma infra-estrutura
melhor e com atendimento mais individualizado. Bem, isso foi naquela época;
dessa forma foi feito um enxugamento.
Mas
nós pulamos de um milhão e dezessete mil alunos, que recebemos em 15 de março
de 1991, para um milhão e quatrocentos e cinqüenta e três mil alunos em 1994.
Em relação a esse um milhão e quatrocentos e cinqüenta e três mil alunos, nós
começamos um processo, e, em determinado momento, perderam-se alunos. No ano de
1995, em 22 de novembro de 1995, no jornal Correio do Povo, foi publicada uma
manchete: “130 mil alunos perdidos”. Não é possível que de um ano para o outro
desapareçam 130 mil alunos, porque numa rede escolar anualmente entram alunos
na 1ª Série do Ensino Fundamental, na 1ª série do Ensino Médio, e saem alunos.
Agora vejam: nós estamos este ano com 400 mil alunos a menos. E aí, Ver.
Claudio Sebenelo, vamos explicar o seguinte - João Antonio Dib, Vereador que
tem experiência: quando se quer reduzir o número de turmas, fecham-se as turmas
finais. Por exemplo: na Escola Estadual Alberto Torres, Vila Nova, fecharam-se
as turmas finais, porque os alunos são maiores, aqueles alunos que moram em
bairro, no entorno da Escola, têm condições de atravessar a Av. Cavalhada e ir
para o Cônego Paulo de Nadal. Na Escola Alberto Torres, fecharam-se as turmas,
não abriram turmas do Pré-Escolar e da 1ª série. Faltam vagas para Ensino
Fundamental em Porto Alegre!
Mas
o que se pode gritar? O que se pode dizer? Eu tenho uma grande preocupação,
Verª Maristela Maffei. Nós estamos na época da política virtual; é o que sai na
imprensa, é o que sai na televisão, é o que sai no jornal, e nós ficamos sem
saber a realidade. Isso é extremamente grave! O nosso Partido, o PDT, continua
acreditando, convicto, que só através da Educação nós podemos dar condições de
aprendizagem aos alunos. As cotas são um paliativo, assim como a
obrigatoriedade de colocar os alunos deficientes. Agora, tanto o negro, como o
deficiente, como a mulher pensam, e os pais dos deficientes estão dizendo:
“Queremos que sejam acolhidos não por piedade, não por caridade, mas pela
competência, pelo que eles conseguiram armazenar, pelo que têm de
conhecimento”. Por essa razão, eu faço mais uma vez uma colocação nesta
tribuna: é necessário, em Porto Alegre, um grupo operacional de estudo para ver
a situação real das crianças. Nós temos que ver com o Ministério Público de que
forma está tudo isso aí. Eu estou na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, mas
estou à disposição e sou parceira para qualquer trabalho na área da Educação.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Verª Neuza Canabarro.
Queremos anunciar, com muita satisfação, a
presença do ex-Vereador, Coronel Pedro Américo Leal, de quem sentimos muita
saudade. (Palmas.) É sempre uma festa a sua presença.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, muito obrigada; Sras
Vereadoras
e Srs. Vereadores; sempre Vereador, amigo querido desta Casa, Pedro Américo
Leal, receba aqui o nosso abraço afetuoso. E nos dá uma empolgação, inclusive
na veemência, e nos entusiasma para continuar falando, conforme é o seu perfil,
que a gente sente falta.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vamos deixar
claro para a Cidade: nada está definido! Nós não estamos tristes com as
pesquisas apresentadas; quem tem que estar preocupado é quem está “com o cavalo
encilhado” e que acha que está tudo bem. Pois continuem pensando, mas não
esqueçam que algumas coisas vão acontecer no caminho. Não há nada definido. Ora,
quem não sabe que a base do Governo e vários Partidos vão ter candidatura
própria? Vamos ver, depois disso, como fica a próxima pesquisa. No nosso
Partido, não precisa ninguém falar: estamos tranqüilos, trabalhando, estamos já
com uma articulação boa no sentido de ter uma proposta coesa e com tempo de
televisão para podermos apresentar o programa da nossa pré-candidata Manuela
d’Ávila, portanto não precisa ninguém vir aqui falar como interlocutor.
Ver. Luiz Braz, eu quero lhe fazer uma pergunta.
Estou encaminhando ao Executivo Municipal em relação à consultoria do projeto
virtual chamado Portais, jogado para o ano que vem... Quero saber se é a mesma
empresa, acho que é por isso que o senhor está falando mal do Partido, V. Exª
mencionou aqui... Aliás, o Fogaça despejou quase um milhão na PROCEMPA. A mesma
empresa! Há irregularidade? Deve ter, do Partido que o senhor falou aqui. Mas
será que essa empresa, se ela é “tramposa”... Por que o Fogaça pegou, se ela é
tão séria? Quase um milhão, Vereador! Agora quero saber, Ver. Luiz Braz; tenho
certeza de que o senhor vai ser parceiro: será que essa empresa é a mesma que
está fazendo consultoria para os três shopping da Cidade, o projeto
chamado Portais? Os três shopping, que dizem vão resolver o trânsito
desta Cidade. Aliás, quero perguntar ao Líder da Bancada da situação: cadê o
Diretor Senna, o viajante Senna?
Eu subi a Av. Oscar Pereira e achei que estava em
Beverly Hills, achei que estava num país de Primeiro Mundo. Que coisa mais
linda está aquele trecho da Av. Oscar Pereira! E agora estou falando sério! Aí,
fui subindo, subindo a Av. Oscar Pereira, e, dali a pouco, estava novamente
numa periferia, sem nenhuma luz. Dali a pouco, parei lá na Restinga. Meu Deus!
Aí voltei para a cidade de Porto Alegre. Saí lá do Primeiro Mundo e voltei para
a cidade de Porto Alegre, essa que os caras vêm fazer pesquisa. Eu fiquei
impressionada, Vereador! Ou a pesquisa está direcionada, ou os caras pensam que
Porto Alegre fica naquele trecho lá, naquela coisa maravilhosa da Av. Oscar
Pereira. Acho que eles não estão indo lá para a Av. Baltazar de Oliveira Garcia
e para alguns outros recantos.
Ontem passamos o dia todo discutindo uma plataforma
para ampliarmos o trabalho aqui de Porto Alegre, e fiquei realmente
impressionada com a situação. Se alguém quiser acompanhar o meu raciocínio, por
favor, pegue um ônibus, pegue o seu carro para constatar, suba a Av. Oscar
Pereira, que coisa mais linda! Tu sais lá na Restinga, lá na comunidade da Vila
São Pedro, sem nada! Verª Neuza, a dengue está lá, a mil. O levantamento dos
PSFs!? É caótica a questão. Se alguém pensa que este aqui é um discurso
eleitoreiro, vá aos PSFs da Restinga Velha, de toda aquela região, para ver
qual é a situação real.
Agora, eu estou com saudades do Diretor da EPTC, o
viajante Senna, um moço tão fino. Talvez seja por isso, porque as ruas da Lomba
do Pinheiro, região em que moro, não têm mais traçado viário. Não existe! Será
porque a Vereadora mora ali e é de oposição? Porque a Vereadora vem junto a
tantos outros denunciar a irresponsabilidade sobre a articulação dos três shopping,
que ele quer dizer à sociedade de Porto Alegre que vão resolver a questão
viária do Centro. Poupem-me, por favor!
Falando em virtual, vamos devagar, porque nada está
definido. E nós, Ver. Luiz Braz, com licença, estando indo devagar e sempre,
com tranqüilidade, de cabeça erguida, com a nossa candidata ali, pulsando.
Valeu, Vereador, preste atenção. Com licença e muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Claudio
Sebenelo, 1º Vice-Presidente desta Casa; Sras
Vereadoras
e Srs. Vereadores, ouvi atentamente as diversas falas, e novamente a questão da
iluminação pública voltou como um tema a ser abordado. Volto a colocar que,
este ano - eu gostaria que prestassem bastante atenção - 80 mil pontos de luz
serão trocados no Município de Porto Alegre. Nós poderíamos parafrasear
dizendo: “Nunca na história da Cidade vai ter iluminação como neste ano!”. Mas
não. Agora, podemos afirmar que, sem sombra de dúvida, nunca tinha acontecido
no Município de Porto Alegre a troca da totalidade das luminárias existentes e
com algumas condições muito importantes. Primeiro, a luminária que vai ser
implantada, com luz de sódio, é bem mais potente e com um custo 35% menor do
que a luminária que hoje é colocada. Então, isso vai ser um avanço, um avanço
na iluminação da Cidade, e com um custo menor. Volto a dizer: em 11 meses, a totalidade
das luminárias da cidade de Porto Alegre será alterada.
Quero
também aproveitar e fazer um convite, porque, na próxima semana, vai ser
inaugurado o Conduto Forçado Álvaro Chaves, que, sem sombra de dúvida, é a
maior obra, nos últimos 50 anos, naquela região do Moinhos de Vento, 4º
Distrito. Inclusive, quem teve oportunidade viu que as pessoas podem transitar
por baixo das galerias, que têm mais de 1m80cm de altura e quase três, quatro
metros de largura; as galerias vão resolver um problema histórico. Se os
senhores e as senhoras prestaram atenção, cada vez que em Porto Alegre ocorria
um temporal, principalmente no verão - o que é comum, num curto espaço de
tempo, com uma alta densidade pluviométrica, cai uma chuvarada em Porto Alegre
-, sabem o que aparecia normalmente na Cidade. No outro dia, mostrava onde
estava sendo inundada a Cidade. E tinha o famoso jet ski da Av. Goethe;
volta e meia chovia, e ele aparecia. Bom, o que é que aconteceu com o jet
ski? Ou ele vendeu o jet ski?
Ou ele vendeu o jet ski ou...
(Aparte
anti-regimental da Verª Maristela Maffei.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Não,
Vereadora, V. Exª sabe que não é isso. Na realidade, eu gostaria de dar um
aparte, mas é tempo de Liderança.
Então,
com o Conduto Forçado Álvaro Chaves, cada vez que tem uma chuvarada em Porto
Alegre, no outro dia aparece nos jornais: “Enchentes”, mas mostra cenas de
Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí; porque em Porto Alegre, felizmente, esse
problema não está ocorrendo mais. E faço questão de colocar isso, porque a
Bancada petista, com a adendo do PCdoB, diz: “Tem que falar que isso começou lá
na gestão anterior”. E é verdade. Foi dentro desse princípio de que as
cidades... Essa é a questão da gestão pública, Ver. João Antonio Dib; V. Exª
sabe que, quando um Prefeito chega, ele tem que realizar aquilo que estava
sendo proposto, o que não pode é querer “inventar a roda”, ou seja: “Eu assumi,
esqueço tudo que o outro fez, agora é como se só eu tivesse feito.” Não! O
Prefeito Fogaça teve o bom senso de continuar com aquilo que tinha previsão de
ser bom. Sem sombra de dúvida, o Conduto Forçado Álvaro Chaves se inclui aí.
E,
para finalizar, a Verª Maristela Maffei falou dos grandes empreendimentos.
Quero dizer a V. Exª que, para qualquer grande empreendimento em Porto Alegre,
tem de haver uma contrapartida, e isso também não é de hoje. Por exemplo, está
saindo um grande empreendimento, que é o Barra Shopping, e qual é a
contrapartida? Em 1997, já foram reassentadas algumas famílias na Vila Nova,
mais 160 o serão. E, novamente, agora, uma outra, para terminar a totalidade
daquilo que acordado. A Av. Diário de Notícias até a Av. Wenceslau Escobar terá
que ser duplicada. Essa é uma contrapartida do empreendedor. Recentemente, na
Cavalhada, foi feita uma obra do Supermercado Big, eu aqui estou nominando, e
todo o trajeto viário do entorno, com as respectivas pavimentações, foi feito
pelo investidor; ou seja, é a contrapartida que o empreendedor, que vai ter um
retorno, tem que dar para o Município, para facilitar a vida da comunidade.
Então, é isso que se faz cada vez mais: tem-se um grande empreendimento? Então,
qual é a contrapartida de ordem social, principalmente para a comunidade do
entorno? Alguns já perguntaram: “Poderia o empreendedor locar uma praça, dar
melhores condições, fora do entorno? Pode! Desde de que, na hora da carta de
intenções, do acordo, seja explicitadas essas melhorias em parques públicos.
Volto
a dizer que - prestem atenção! - 80 mil luminárias do Município de Porto
Alegre, ou seja, a totalidade das lâmpadas, serão trocadas por lâmpadas de
sódio em 11 meses. Essas são lâmpadas 35% mais baratas e com 30% a mais de
luminosidade. Espero que, na próxima semana, os 36 Vereadores - e aqui não
fazemos distinção de situação ou oposição - possam estar no ato de inauguração
do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que veio resolver - não minimizar - o
problema do entorno do bairro Moinhos de Vento e do 4º Distrito. Era isso, Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum para
ingresso na Ordem do Dia. (Pausa.) Havendo quórum, passamos à
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1282/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/05, de autoria do Ver. DJ Cassiá Gomes, que institui o Projeto Domingo Alegre
no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação da matéria;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 22-02-06.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 058/05. (Pausa.) O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para
discutir o PLL nº 058/05.
O
SR. DR. GOULART: Meu
prezado e muito querido Presidente Sebastião Melo, homem que visitava os
centros de saúde nas madrugadas: o Prefeito colocou alguns alpendres para
defender o povo que espera pelas consultas.
Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto Domingo Alegre, de autoria do Ver. DJ
Cassiá Gomes, em parceria com o Poder Público, não poderia vir em melhor hora.
O funk, esse movimento moderno, é um pouco violento em outras partes do
País, como no Rio de Janeiro, mas entre nós tem uma importância enorme para a
juventude, porque os meninos que comandam o funk aqui - e vou citar
dois, o próprio DJ Cassiá, o número um do funk, e o MC Jean Paul - são
verdadeiros arquétipos para os meninos, são um modelo para a meninada,
principalmente a das camadas mais pobres e das vilas. Quase todos querem ser
Ronaldinho, quase todos querem ser Kaká, quase todos querem ser Fernandão,
quase todos querem ser DJ Cassiá e MC Jean Paul, porque foram meninos que
obtiveram sucesso na arte que exercem - do funk, do bom funk, do funk
sadio - e também sucesso social, ascensão social, fizeram uma pequena fortuna.
Então, são meninos afastados da droga, afastados desse pavor que permeia quase
todos os grupos de jovens que se reúnem, essa praga que envolve tanto dinheiro,
que é a droga.
E
a música como é permeada pela droga! E no funk não ocorre assim com seus
representantes, são cidadãozinhos que representam muito bem a arte meio
brasileira, meio americana, meio Harlem, meio afro e que encantam as
platéias quando procuram as vilas para se apresentarem de maneira gratuita.
Todo mundo quer tocar MC Jean Paul, todo mundo quer tocar Ver. DJ Cassiá. Eles
têm uma importância enorme na nossa sociedade, tanto que o Ver. DJ Cassiá foi
um dos suplentes mais votados para a Vereança nesta Casa, assumindo aqui
diversas vezes como Vereador e usando esta tribuna sempre em defesa dos mais
pobres e da cultura popular porto-alegrense. Então, espero que nossos Pares
votem favoravelmente, por unanimidade, este Projeto Domingo Alegre, que vai
melhorar a comunicação desse grupo de formadores de opinião entre os jovens e
entre muitas vilas ali, no limite, borderline do desvio social,
precisando de um entretenimento saudável nos seus domingos. Os jovens que estão
ali assistindo a esses rapazes, aos grupos, aos bondes de funk, estão
envolvidos simplesmente com a arte, abandonando um pouco a violência,
abandonando um pouco a droga.
A
história há de contar para os senhores como foi importante o movimento funk
em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Solicito, então, aos Srs. Vereadores que
nos ajudem a aprovar o Projeto do Ver. DJ Cassiá Gomes.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLL nº 058/05.
(Pausa.)
O
SR. ADELI SELL (Requerimento): Vereador,
eu só queria um minuto e meio antes da votação, é possível?
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Adeli, nós já estamos em processo de votação. Vamos proceder à votação e depois
lhe concedo um minuto e meio para o rearranjo, se necessário.
(Após
a apuração nominal.) REJEITADO o PLL nº 058/05 por 09 votos SIM, 10
votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
O
Ver. Adeli Sell retira seu Requerimento? (Pausa.) Retirado.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0079/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/06, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
dá nova redação ao art. 1º e inclui art. 1-A na Lei nº 8.196, de 22 de julho de
1998, que dispõe sobre a exibição de animais da fauna exótica, para fins
artísticos de diversões públicas, comerciais, culturais, científicos,
promocionais, ou de qualquer outra natureza, por estabelecimentos de caráter
transitório, proibindo a exibição de animais exóticos amestrados para fins de
diversão pública. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da COSMAM.
Relator Ver. Aldacir Oliboni:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 14-12-06.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 007/06. (Pausa.)
O
SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr.
Presidente, gostaria de adiar por uma Sessão a discussão deste Projeto.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 007/06
por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO. Solicito a V. Exª que providencie junto à
Secretaria a materialização do Requerimento.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3168/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que
dispõe sobre a instalação individual de hidrômetro nas edificações verticais
residenciais e nas de uso misto e nos condomínios residenciais de Porto Alegre,
em conformidade com o INMETRO e demais disposições legais e técnicas
aplicáveis, e revoga o art. 12 da Lei Complementar n. 170, de 31 de dezembro de
1987, com redação dada pela Lei Complementar n. 423, de 18 de setembro de 1998.
Com Substitutivo nº 01. (Vereadores
Raul Carrion e Carlos Todeschini) Com
Emendas nºs 01, 02, 03, 04 e 05 ao Substitutivo nº 01 e Subemenda nº 01 à
Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
- art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 21-03-07;
- adiada a discussão por
cinco Sessões;
- discutiram a matéria
os Vereadores C. Todeschini, S. Melo, Prof. Garcia, J. A. Dib, C. Comassetto,
M. Maffei, E. Guimarães, A. Sell, G. Barbosa, S. Cavedon, Dr. Raul (cedeu p/ S.
Melo) e M. Moraes, em 13-06-07.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLCL nº 012/06 e o Substitutivo nº 01. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está
com a palavra para discutir o PLCL nº 012/06 e o Substitutivo nº 01, por
cedência da Verª Maria Celeste.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em especial público que nos assiste neste momento, este
Projeto, com certeza, é um dos mais importantes dos demandados na história
desta Câmara de Porto Alegre. Estou falando isso, porque este Projeto tem uma
origem: primeiro, foi uma lei do Ver.
Guilherme Barbosa, que trabalhou e conseguiu avançar em um determinado caminho
na direção da medição individual de água. Depois houve um Projeto do Ver. Raul
Carrion e, posteriormente, um Substitutivo nosso trazendo a experiência que
tivemos lá no DMAE para realizar a medição individual de água em condomínios.
Trata-se
de uma necessidade, uma construção, e nós fizemos um Projeto buscando atender
todas as necessidades. Tivemos Emendas dos Vereadores Bernardino Vendruscolo,
João Antonio Dib, João Nedel, que aperfeiçoaram o Projeto. No ano passado -
este Projeto é de 2006 - tentamos votá-lo por várias vezes, ainda com a
presença do Ver. Raul Carrion, na época autor do Projeto original, mas não
conseguimos, por impedimento do Governo, fazer essa matéria avançar. E o mais
dolorido ainda, senhores telespectadores em especial, é que o Secretário
Busatto, na época, disse que não votávamos o Projeto porque estava gerando
muita dor-de-cotovelo. Não estava sendo votado por uma questão política,
porque, quando fui Diretor do DMAE, institui uma Portaria dentro do
Órgão para realizar essas medidas, e em três anos não se conseguiu produzir
resultados. Por quê? Porque há uma série de resistências que são naturais,
próprias dos interesses lá existentes. Então, aqui, numa situação de
descolamento, mas olhando para o interesse da Cidade, apresentamos este Projeto
em caráter substitutivo.
No ano passado, o Sr. Presser, em 25 de maio, fez uma carta (Mostra carta.) pedindo que a base do Governo não votasse o Projeto, porque estaria enviando um Projeto do Executivo, dizendo o seguinte: “Assim, mesmo que meritória a iniciativa, entendemos que ela é de competência única do Poder Executivo Municipal, razão pela qual nos comprometemos a, num futuro próximo, encaminhar um projeto de lei disciplinando a matéria”. Veja só, Ver. Mauro, faz 290 dias, e não há Projeto. Não é verdade, porque estavam aqui os Diretores do DMAE que vieram para centralizar a Bancada do Governo, deste Governo que disse que ia valorizar o Poder Legislativo, e não o faz; o que está orientando é no sentido de usurpar a idéia e a produção que fizemos, para transformá-lo num Projeto do Governo.
Portanto,
o nosso veemente repúdio, porque isso é mais uma empulhação na Cidade, mais um
estelionato que este Prefeito aplica, porque usurpa do direito nosso de
produzir, de legislar e de ajudar a Cidade! Mais recentemente, no dia 03 de
dezembro, no Programa Polêmica, com Lauro Quadros, 97% da Cidade opinou a favor
da medição individual de água. Vejam só, 97%! E por várias vezes o Diretor do
DMAE, o Sr. Presser se traiu, dizendo que era contrário propositalmente. Vários
dos membros que representam a base do Governo vieram me falar, constrangidos,
que não poderão votar, por imposição do Governo. Então, essas questões, Cidade,
que está ouvindo, são muito graves! Isto é Governo Fogaça: são vários os
estelionatos aplicados, mudou de Partido, não cumpre o Orçamento, disse que
iria valorizar a Câmara e menospreza todo o mundo. Veja, você que está em casa,
que tem condomínio, que paga injustamente a conta de água tem de continuar
fazendo isso por causa do autoritarismo deste Governo, essa é outra fase que
está apresentada agora. É lamentável porque não é verdade - não é verdade! -,
líder do Governo, Ver. Professor Garcia, que vai vir Projeto, porque, se não
veio até agora, e faz 290 dias, não será de agora em diante, quando estamos
entrando num período eleitoral, que esse Projeto vai vir.
Vários
são os equívocos que há nesta carta. O que o Secretário Presser diz não
corresponde à verdade; ele sequer leu o Projeto, sequer examinou a matéria,
porque o Projeto, depois de tanta discussão, atende, fundamentalmente, às necessidades
da Cidade, sem prejuízo a qualquer um, muito menos ao erário, ao Poder Público.
Portanto, peço atenção para esta, que é uma matéria sobre a qual toda a Cidade
está de olho, porque ela é de interesse comum, de todos os condôminos desta
Porto Alegre. Obrigado pela atenção de todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
CLAUDIO SEBENELO:
Eu peço ao Ver. Todeschini que retire as acusações pessoais e injustas a uma
das pessoas mais dignas desta Cidade, que é o Prefeito Fogaça. “Estelionato”
não é uma palavra adequada à sua personalidade. Que ele retire esse termo das
acusações.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/06 e o Substitutivo nº 01,
por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Mauro
Zacher. Venho fazer alguns esclarecimentos. Primeiro, estou Líder do Governo há
pouco mais de um mês. O Ver. Todeschini nos telefonou, e nós fomos atrás das
informações. Por que o Executivo não ingressou com um Projeto nesta Casa?
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador, depois V. Exª pode dizer se é
incompetente. Vossa Excelência já usou o termo “estelionato”. Eu acho que um
Vereador, quando ocupa a tribuna, pode dizer o que quiser. Eu acho
“estelionato” um termo forte, mas respeito a posição de Vossa Excelência. A
informação dada é que não poderia haver um Substitutivo, porque já estava em
votação. Só que não pode haver Substitutivo quando é relativo ao próprio Legislativo.
Ou seja, se um Vereador entrou com um Projeto, se foi apresentado um
Substitutivo, já estando o Projeto para ser votado, não cabe novo Substitutivo
ao Substitutivo. Fazendo isso, o que diz o Regimento da Casa sobre a
prejudicialidade? O Ver. Todeschini nos escuta, V. Exª vai entender agora - se
quiser entender, porque às vezes as pessoas escutam, e, quando não se quer, não
entende.
(Lê.)
“Art. 195 Será considerada prejudicada: [...] VII - outras situações, além das
relacionadas, que caracterizem prejuízo decorrente de votação. Parágrafo 1º -
Quando projeto de autoria do Poder Executivo tratar da mesma matéria de
proposição de autoria de Vereador, Comissão ou Mesa, não haverá declaração de
prejudicialidade...” Não havendo declaração de prejudicialidade, o que este
Vereador está assumindo publicamente? Claro que já fiz a conexão com o
Executivo, e o Ver. Todeschini faz questão de votar, então qual é a proposta
que estamos fazendo? De derrubar o Projeto do Ver. Todeschini - com o mérito
que tem em algumas situações, e ele sabe disso -, porque o Executivo vai trazer
a esta Casa um novo projeto de lei, já que não existe a prejudicialidade. Quero
dizer que a informação não havia sido dada - faço questão de colocar isso -, e
agora começa o embate, Vereador. Por isso estou trazendo a questão à situação.
Volto a dizer, eu estou Líder do Governo há pouco mais de trinta dias, e V.
Exª, se não vier o projeto, terá condições de, ao ocupar esta tribuna, dizer:
“Ver. Garcia, Líder do Governo, onde está o projeto do Executivo?” Mas tenho
certeza de que não vai ocorrer isso.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Agora, ouvido-o, fiquei um pouco mais despreocupado. Acho que
realmente o Ver. Carlos Todeschini não tem a intenção de aprovar o Projeto,
senão ele não ofenderia as pessoas do Governo dessa forma, causando até uma
certa indignação. Se há uma pessoa digna e correta nesta Cidade é o Prefeito
Fogaça. Então, essa questão pessoal, inclusive falando de mudança de Partido,
não tem nada a ver com a discussão. E, principalmente, vendo os resultados das
pesquisas, a gente sente que isso é uma estratégia e não há tanta seriedade
assim na proposta.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador.
Então,
quero novamente esclarecer que, não havendo prejudicialidade, o Executivo vai
entrar com um projeto de lei, sim, porque a informação que havia é de que não
poderia. Mediante isso, vamos fazer aqui o embate político, solicitando a
derrubada do Projeto, porque vai vir um novo projeto. Por isso, fiz questão de
citar o Regimento da Casa. Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir o PLCL n° 012/06 e o
Substitutivo nº 01, por cedência
de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo;
colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, quero aqui dar
continuidade à fala tanto do meu colega Ver. Carlos Todeschini - meu
companheiro de Bancada, autor do Projeto - quanto a do Ver. Professor Garcia,
Líder do Governo, que traz aqui a opinião e a posição do Governo.
Ver.
Garcia, creio que há outro tema aqui em discussão. Vossa Excelência, como
Vereador, é aliado e já veio a esta tribuna inúmeras vezes defender o
fortalecimento do Legislativo Municipal, bem como a autonomia de este
Legislativo propor projetos que venham contribuir para qualidade da Cidade.
Este Projeto passou por todas as Comissões da Casa, Sr. Presidente, e recebeu
parecer favorável em nossas Comissões, inclusive na Comissão de Constituição e
Justiça. Bom, Ver. Braz, V. Exª é um atento analista dos temas da Comissão de
Constituição e Justiça, no momento em que a nossa Comissão identifica, faz uma
análise e diz que o Projeto pode tramitar com a qualidade legislativa e
regimental para se tornar uma realidade no Município de Porto Alegre, não pode
um Secretário do Governo dizer que isso é inconstitucional e prevalecer a
opinião do Secretário de Governo. Portanto, Ver. Sebenelo, eu acho que esse é o
tema que temos que analisar nessa discussão.
O
Engenheiro Flávio Ferreira Presser, que é o Diretor-Geral do DMAE, diz, em um
parágrafo endereçado a esta Casa e à Verª Clênia Maranhão, o seguinte (Lê.):
“Assim, mesmo que meritória a iniciativa” - e aí é a análise que foi feita nas
Comissões, todas as Comissões aprovaram o Projeto, inclusive a Comissão de
Constituição e Justiça - “entendemos que ela é de competência única do Poder
Executivo Municipal, razão pela qual nos comprometemos a, num futuro próximo,
encaminhar um projeto de lei disciplinando a matéria”. Ver. João Antonio Dib,
V. Exª já foi Prefeito, V. Exª já foi Presidente de todas as Comissões, V. Exª
já foi Presidente desta Casa: um Projeto proposto por um Vereador vem contribuir
com um tema na Cidade, Projeto que o Governo está dizendo que é importante, que
quer tornar uma lei, as Comissões o aprovaram, aí, nesse momento, é dito pelo
Líder do Governo que o Governo não quer aprovar esse Projeto, que vai mandar um
outro para esta Casa...! Será que não estamos, nesse momento, desconstituindo o
papel constitucional legislativo dos nossos Vereadores, sendo de oposição ou de
situação?!
E
digo mais, Ver. Luiz Braz, o Projeto é do Ver. Carlos Todeschini, que é de
oposição, mas que se propõe a contribuir com a qualidade da Cidade. Por que com
a qualidade? Qualidade econômica e ambiental. Em 2004, a arrecadação do DMAE
foi de 296,4 milhões; em 2007, foi de 293,5 milhões. Caiu em um milhão a
arrecadação. Será que não tem a ver com o controle da fonte do consumo de água
no Município de Porto Alegre?
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Carlos Comassetto, parte do que V. Exª está dizendo, na minha
opinião, está absolutamente correta, mas parte acredito que não está. Acontece
que lá na Comissão de Orçamento eu tenho de fazer a análise do projeto e dizer
que é um bom projeto, agora, eu não tenho, na Comissão de Orçamento, a
obrigatoriedade de falar sobre constitucionalidade. Quem tem essa obrigação é a
Comissão de Constituição e Justiça, e lá, analisando o art. 94 da nossa Lei
Orgânica do Município, nós vamos ver que, realmente, essa está mais no terreno
das obrigações administrativas do que nas obrigações legislativas. Então, se a
Comissão de Constituição e Justiça desse pela inconstitucionalidade, estava
correta a Comissão, assim como a minha Comissão, que é de Orçamento, estaria
correta, no momento em que falaram que é um bom projeto e que mereceria ser
visto pela Administração.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Para concluir meu raciocínio, Sr.
Presidente, e dando uma resposta objetiva ao meu colega Ver. Luiz Braz: a
Comissão de Constituição e Justiça, nessa tese, deu parecer favorável.
Portanto, ela avalizou a opinião, justamente, na linha da que V.Exª veio aqui colocar.
Eu
também quero colocar que há um conjunto de Emendas ao Projeto de autoria do
Ver. João Antonio Dib. Eu tenho certeza absoluta de que, se V. Exª soubesse -
soubesse não, V. Exª sabia -, se tivesse certeza técnica e política de que ele
era inconstitucional, V. Exª não teria feito Emenda. Portanto, esta Casa tem
razão quando apresenta um Projeto dessa qualidade para ser votado.
Então,
Sr. Presidente, solicito a todos os colegas Vereadores e Vereadoras que não
venhamos fazer uma disputa partidária, ou rebaixada, visando aquilo que
queremos para a Cidade. Pedimos que votem, sim, favoravelmente a este Projeto.
Se o Governo quiser mandar um melhor, não há problema: revoga-se este, que ele
mande um o melhor. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PLCL nº 012/06 e o
Substitutivo nº 01.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, esta é uma Casa de debates, esta é uma Casa do contraditório;
a arte, a maneira, a forma, o jeito, o caminho que se acha para a transformação
daqueles votos que seriam negativos em votos “sim” para os Projetos que são
apresentados pelos Vereadores... Este Vereador, quando o Partido dos
Trabalhadores foi Governo, não conseguia aprovar nem nome de rua; até nome de
rua, várias vezes, era desaprovado pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, e
os Vereadores do Partido dos Trabalhadores estão aqui para comprovar o que eu
estou dizendo. Então não se trata de uma disputa partidária. Agora, a defesa do
Projeto tem que se basear e se alicerçar nas virtudes do Projeto, e não nos
defeitos do Governo, defeitos com os quais nós todos concordamos e queremos
corrigir. Agora, quando o assunto começa a derivar para uma questão de ordem
pessoal e de ofensa pessoal, e mais do que ofensa pessoal, quando não se tem
mais argumentos para se defender o Projeto, que até pode ter virtudes... Nós
compreendemos e sabemos que o Ver. Todeschini é um Vereador aguerrido, um
Vereador que tem se posicionado, até muitas vezes, apaixonadamente, o que é
muito bom quando se precisa dos votos daqueles que pensam contrário àquilo que
a gente está propondo. Nesses casos a política passa a ser a arte do
convencimento, e esse convencimento necessita de uma base sólida, para serem
ultrapassadas as alegações dos Partidos da situação.
Ora, quando se desvia o
foco, preciso, puntiforme do Projeto, aí sim, parte-se para uma disputa
partidária, pessoal, ofensiva e aleivosa, inclusive pedi ao Ver. Todeschini que
retirasse o termo “estelionato”, porque, se há uma pessoa de quem a Cidade
inteira reconhece a dignidade, a hombridade, indiscutivelmente é o Prefeito
Fogaça. Então, aproveitar-se da tribuna e ofender desnecessariamente, quando a
questão não está nem na pessoa do Prefeito, e sim num Projeto proposto pela
oposição, parece-me que não é salutar à Casa, não dá para se alegar que a Casa
está abrindo mão dos seus direitos e da sua soberania. Passa-se a fazer
exatamente o contrário, pessoas que estavam em dúvida e que iriam a favor do
Projeto passam a votar contra não pelo Projeto, mas pela forma como foi
apresentado quando da última estratégia, e nesse ponto seria a da ofensa, a da
aleivosia, a da transformação de um Projeto do Legislativo numa questão pessoal.
Isso nós não vamos aceitar, conseqüentemente toda a base do Governo agora
votará contra o Projeto.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/06 e o Substitutivo nº 01.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente
desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Ver. Todeschini, eu já passei por uma situação
desta, é comum a gente perder o controle, vou lhe dar a oportunidade de retirar
o que disse, até porque sou parceiro no seu Projeto, mas não posso concordar
com o seu pronunciamento, chamando o Prefeito de estelionatário. Aí, o senhor
me compromete. E vou discordar de quem disse que há um problema de legalidade,
é um Projeto político hoje, tão-somente isso, porque a condição de se construir
unidades habitacionais com registro individual hoje é uma questão de
comercialização. Aqueles construtores que construírem as suas
unidades com registro individual vão vender melhor. Eu procurei entrar com uma
Emenda ao seu Projeto. Aliás, antes de falar da Emenda, quero dizer que este
Projeto tem origem lá, é um Projeto proposto pelo hoje Deputado Carrion. Para
que o senhor tenha conhecimento, estávamos estudando para propor um Projeto
dessa natureza, até porque tomamos conhecimento - na oportunidade saiu uma
matéria na revista do Secovi/Agademi - do Deputado Federal que está propondo isso lá no
Congresso Nacional.
Tenho pronto, muito pronto, para mim que só não
podemos impor o registro individual para as unidades já existentes, para os condomínios
já construídos, condomínios que detêm o habite-se, que atenderam toda uma
exigência na oportunidade. Não podemos voltar atrás e exigir que esses
condomínios se adaptem ao procedimento da natureza que o senhor está propondo,
Projeto do então Ver. Carrion. Entrei com uma Emenda excluindo a previsão disso
aos prédios já existentes, dizendo que esses prédios podem, sim, se adequar,
mas de livre e espontânea vontade; nós não podemos obrigar os condomínios que
não têm condições financeiras ou os que não têm condição técnica a fazer isso.
Mas aqueles condomínios que tiverem condições financeiras e tiverem condições
técnicas poderão, sim, de livre e espontânea vontade, se adequar ao registro
individual, podendo cobrar a água pelo consumo. Porque em Porto Alegre, acho
que no Brasil todo, há, sim, injustiça; na medida em que muitas vezes as
pessoas de uma determinada unidade consomem pouca água e acabam pagando por
aqueles que consomem bastante.
Entretanto não posso, de repente, indispor-me com
os demais colegas, apoiando o seu Projeto, como vinha propondo, como estava
disposto, na medida em que o senhor ataca o Prefeito, que é do meu Governo.
Sinto-me constrangido, sou obrigado a dizer que, se seguir com esse seu
discurso, infelizmente, não votarei.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Bernardino, que isso não
seja só desculpa, porque recebi o comunicado de que a base do Governo votaria
contra. De mais a mais, não ponham palavras na minha boca, porque não fiz juízo
do Prefeito como estelionatário; não falei isso em momento algum! Falei, sim,
que se valorizarão os Vereadores, a Câmara. Depois, só porque é um Projeto que
vem de um Vereador de oposição, ele é negado aqui, como temos aqui a informação
dos bastidores. Isso, sim, é um estelionato político, porque disseram que iam
valorizar a Câmara, os Vereadores, os Parlamentares, mas depois, quando se
apresentam os Projetos aqui, eles são negados. Isso não tem outro nome, é um
juízo político, é claro, e reafirmo. Essa questão trata de uma necessidade da
Cidade, é uma questão de comércio, sim, é uma questão do consumidor, mas,
sobretudo, uma questão ambiental, uma questão de justiça. Quem votar contra
estará votando contra a Cidade. Obrigado.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, todo esse discurso do Ver. Carlos
Todeschini poderia ser muito honesto se o Governo passado tivesse agido de
maneira diferente com os Vereadores da oposição aqui. Mas também, no Governo
passado, ele desconhecia até a existência dos Vereadores da oposição nesta
Casa. Então é claro que eu não sou favorável a que se aja assim, mas não existe
honestidade no discurso que é feito agora, exatamente pedindo que o Governo da
atualidade reconheça os Projetos da oposição.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu lamento,
Ver. Todeschini, porque aí nós vamos entrar num problema político. Essa é uma
área que eu conheço, tenho toda uma de trabalho na administração de
condomínios, vejo o registro individual como uma necessidade, só que o senhor
nos impõe uma condição sobre a qual temos que ter um certo limite, porque não
estou vendo interferência do Prefeito aí. Não estou vendo. Eu estava inclinado
a votar no seu Projeto. Eu não vejo problema. Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para um Requerimento.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr.
Presidente, este é um Projeto muito importante para a Cidade, há milhares de
pessoas aguardando por ele. Portanto peço adiamento de discussão por três
Sessões, para que tenhamos oportunidade de fazer uma concertação, de viabilizar
o interesse da Cidade. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador, não
há possibilidade de pedir adiamento de discussão, porque já foi pedido cinco
vezes. Há pedido, sim, para votação. Então, quando terminar a discussão, vou
colocar um pedido de adiamento de votação.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir o PLCL nº 012/06 e o Substitutivo nº
01,
por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, esse debate sobre a
individualização das unidades habitacionais é bastante antigo na Casa, Ver.
Todeschini. Lembro, e lembrava com o Ver. João Antonio Dib, os debates que
fazia aqui acalorados o brilhante ex-Vereador desta Casa Glênio Peres. O Ver.
Glênio Peres deve ter atulhado o DMAE, o Executivo, de Pedidos de Providências
no sentido de individualizar os hidrômetros, as unidades habitacionais
condominiais, etc. Então essa discussão vem de longe.
Mas
eu falava com o Ver. João Antonio Dib, um homem experiente nessa área,
ex-Diretor do DMAE, que tem uma posição no que diz respeito aos aspectos de
ordem técnica, econômica, talvez por isso V. Exª não fez, e talvez por isso o
Governo de V. Exa ainda não fez, e talvez por isso demore o Governo do Prefeito
Fogaça em fazer. Do ponto de vista do mérito, sou francamente favorável ao
Projeto; do ponto de vista do mérito! Eu acho que, mesmo que se enfrente, Ver.
João Antonio Dib... E V. Exª fazia uma retrospectiva histórica aqui, V. Exª
debateu ao longo do tempo esses assuntos. Mesmo que haja aspectos de ordem
técnica, está-se criando às pessoas, aos contribuintes, aos moradores uma
situação bem definida, claramente definida. Isso é um pleito de todos os
moradores que residem em áreas comuns, do ponto de vista do fornecimento de
água. Esse é um pleito antigo e comum às pessoas que utilizam...
A
questão que fica aqui é a da constitucionalidade, só isso. Ele é
inconstitucional, como inconstitucionais são várias medidas que, se colocadas
em práticas, a nosso juízo, seriam muito boas para a Cidade, tantas e tantas
iniciativas. A questão é essa, é a questão da constitucionalidade, são aquelas
limitações que nós sofremos. Nós temos essas limitações que decorrem do
preceito constitucional, não temos como fazer; validamente, não temos como
fazer. Nesse sentido, já há manifestações até do Supremo Tribunal Federal, que
entende que a matéria, e algumas vezes já se sustentou... “Olhem, se o Prefeito
sancionar, convalida, entende julgadas as decisões do Supremo”, o que não
convalida coisa nenhuma, porque a matéria traz na sua origem - é congênita - a
inconstitucionalidade. Então, a questão que fica neste debate é a questão da
constitucionalidade.
Mas
V. Exª haverá de ser reconhecido pela luta que fez e que faz em torno da
aprovação dessa matéria. Resta-nos abrir uma discussão quando chegar aqui o
Projeto do Executivo, porque, se inconstitucional, é da competência do Chefe do
Executivo. Há uma unanimidade no mérito da matéria, aliás, nem tanta, porque o
Ver. João Antonio Dib tem uma posição histórica sobre a matéria. Então, fica
aqui a nossa manifestação. Não há outra alternativa senão nos vergarmos à
questão da competência. A competência é um preceito que temos que observar,
porque há tantas e tantas outras matérias que nós poderíamos trabalhar através
do Projeto de Lei, mas não podemos fazer validamente. Fica aqui a minha
manifestação para que venha do Executivo a iniciativa, porque, mesmo com as
questões técnicas embutidas, mesmo com os custos embutidos, eu entendo que isso
deve ser feito. Agora, V. Exª, que trabalhou tanto nessa matéria, não ficará
prejudicado. Não será a aprovação de uma Emenda ou de um Substitutivo ao
Projeto A, B ou C que vai modificar... O trabalho de V. Exª feito na Casa
ficará reconhecido. Agora, é matéria de iniciativa exclusiva do Chefe do
Executivo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada
a discussão.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Todeschini que solicita
adiamento de votação por três Sessões do PLCL nº 012/06 e do Substitutivo nº 01.
(Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação
do Requerimento de sua autoria.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, nós temos construído uma Pauta muito positiva, Sr. Presidente, Ver.
Sebastião Melo; nós temos construído soluções, apresentado e criado soluções
para a Cidade e temos sido solidários em todas, porque nós, como Câmara, temos
tido um grau de autonomia importante em muitos assuntos. Votamos na semana
passada o Projeto da Verª Margarete e do Ver. Haroldo que deu um grande impacto
na Cidade. E este é um dos Projetos importantes, é um dos assuntos de alto
interesse para a sociedade, e as construções que estão feitas não têm nada de
novo a agregar porque tudo foi “costurado”. Há Emendas de vários Vereadores -
Ver. João Carlos Nedel, Ver. Dib, Ver. Bernardino Vendruscolo, todos os
Vereadores contribuíram aqui. Eu não entendo; o que me deixou muito
desconfortado aqui foi a notícia que circulou no Plenário de que o Governo
mandou votar contra. Então, estou pedindo adiamento de votação para que a gente
não perca a proposta, para que a gente não perca a idéia, porque ela é,
sobretudo, de interesse...
(Apartes
anti-regimentais do Ver. Haroldo de Souza.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Ver. Melo, por favor.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Seu tempo está assegurado,
Vereador.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Quero dizer que recebi aqui aconselhamentos e
sugestões para adiar a votação e estou fazendo isso. Há muita gente querendo
votar, e nós queremos recuperar esse espaço, porque o que está em questão não é
se este Vereador vai ganhar ou não, o que está em questão é o interesse do
consumidor da cidade de Porto Alegre, que é injustiçado muitas vezes, que paga
a conta por aquele que não paga, que precisa de uma proteção do Poder Público,
e, sobretudo, os imóveis encaminhados são os novos imóveis. Por quê? Porque há
vários edifícios já fazendo por iniciativa própria, por uma questão comercial,
mas não é isso que define. Nós precisamos criar uma cultura, um ordenamento e
uma proteção legal para toda a Cidade de modo a economizar água, preservar o
meio ambiente, promover a justiça e também criar paradigmas diferenciados. Todo
mundo acompanha as questões do clima, da água, dos riscos da escassez, os problemas
todos. Eu não entendo que uma Câmara que tem a qualidade da Câmara Municipal de
Porto Alegre não tenha que ter o tempo necessário para a boa discussão, para o
amadurecimento e para uma tomada de decisão em favor da Cidade, do meio
ambiente e de todos.
Tenho aqui uma carta do Dr. Bresser, de 25 de maio
do ano passado, dizendo que, de imediato, estaria encaminhando à Câmara um
Projeto de Lei de igual teor. Ouvi e recebi um comunicado do Secretário de
Gestão Política e Governança, o Secretário Busatto, em que diz que “o Projeto é
muito bom, mas tem problemas, e o Governo acha que tu deves abrir mão da
autoria”. Isso eu não farei, não abrirei mão da autoria, porque essa matéria
tem horas e horas de trabalho meu e dos meus técnicos, que também passaram pela
Divisão Comercial do DMAE, foram Diretores, Superintendentes, foram do Planejamento.
E mais um assunto que me preocupa, Sr. Presidente, é que no ano passado o DMAE
tinha projetado arrecadar 340 milhões de reais. Foi o que nós votamos aqui, a
Peça Orçamentária. Sabem quanto foi arrecadado? Duzentos e noventa e três e
meio. Portanto, houve um rombo de 46,5 milhões. Isso coloca uma necessidade no
sentido de que todos reflitamos mais. Afinal, veio aí mais um aumento de 8%,
enquanto o IPCA deu 4%. Por essas questões é que eu peço que se examine melhor
a matéria. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Luiz Braz, o Requerimento de autoria do Ver.
Carlos Todeschini para que seja adiada a votação do PLCL nº 012/06 e o Substitutivo nº 01 por três Sessões. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 03 votos NÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1136/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/07, de autoria do
Ver. Dr. Raul, que institui e oficializa como evento de natureza sociocultural
e turística o Baile Infantil de Carnaval do Município de Porto Alegre. Com
Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR.
Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE.
Relatora Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 14-11-07.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 021/07. (Pausa.) O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLL nº 021/07.
O SR. DR. RAUL: Exmo Sr. Ver.
Sebastião Melo, Presidente da Casa; Vereadores, Vereadoras, todos que nos
assistem, eu tive a iniciativa de propor este Projeto em função de uma vivência
de muitos anos nos clubes sociais de Porto Alegre. Tive a oportunidade de
presidir, por exemplo, o Petrópolis Tênis Clube e fazer parcerias com outros
clubes sociais na área do carnaval. Parceria que hoje ainda se mantém entre os
Clubes Lindóia, Farrapos, Caixeiros e outros afins, no sentido de facilitar o
carnaval de Porto Alegre, para que o carnaval de salão seja realmente um
benefício às nossas crianças.
O que acontece? Acontece que os clubes sociais têm,
normalmente, o seu baile infantil. Quem de nós, na sua infância, não participou
de bailes infantis de carnaval? E isso não fez bem para a formação da sua
própria cidadania? Com
aquelas situações que a gente passou na infância, aqueles desfiles de
fantasias... Normalmente, as crianças menos favorecidas da nossa Cidade não têm
essa experiência, ou têm num aspecto muito menor. Então, em conversa com o
Poder Público Municipal, já no carnaval do ano passado, eu tive essa idéia, e
ela foi bem acolhida no momento. Resolvi transformá-la num projeto, porque na
realidade uma cidade como Porto Alegre pode, tranqüilamente, proporcionar ao
seu cidadão um baile com essas características, em todas as áreas da Cidade as
crianças poderiam ter essa experiência, que é uma experiência lúdica do
carnaval, que fica no coração de muitas pessoas.
Além
do carnaval de rua, que é um carnaval de qualidade, acho que essa questão do
carnaval de salão traz também para as pessoas, para sua sociabilidade, para sua
formação algo importante, porque a gente tem que pensar coisas boas para a
sociedade. E esta forma - com a criança se relacionando com outras crianças num
baile de carnaval, com as famílias participando, com o Município promovendo -
nós achamos muito importante. Inclusive, vai fazer com que o nosso carnaval
tenha esse evento também no seu calendário. Acredito que vai se formar uma área
muito interessante, vai fazer com que a comunidade carnavalesca, os adultos,
realmente, se integrem nisso e tragam os seus filhos, tragam as suas crianças.
Vamos ter, de repente, um grande desfile de fantasia infantil, vamos ter a
alegria colocada nas pessoas. E é isso que nós queremos: levar um pouco de
alegria, um pouco de satisfação para a comunidade e para as nossas crianças de
uma maneira especial. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 021/07.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, prezado Ver. Dr. Raul, V. Exª traz aqui um Projeto
simples, mas que nos permite, Verª Margarete Moraes - a senhora já foi
Secretária da Cultura do Município de Porto Alegre -, fazer uma reflexão sobre
o tema do carnaval, que é a maior festa popular do mundo.
Dr.
Raul, já digo que, em princípio, o meu voto é favorável ao seu Projeto. Mas o
Município de Porto Alegre, nesta gestão, não contribuiu para a evolução desse
tema. Digo isso e aqui me apoio nos colegas Vereadores Neuza Canabarro,
Margarete Moraes, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maria Celeste, Dr.
Raul, Guilherme Barbosa e Haroldo de Souza, que desfilaram lá no carnaval. No
último dia de desfile, as arquibancadas estavam vazias. Será que isso é fruto
do acaso, Ver. Haroldo de Souza? Não, não é fruto do acaso. É fruto da ausência
de uma política efetiva que transforme o carnaval num tema de resgate social,
de geração de renda, de geração de economia. Definitivamente, Verª Margarete
Moraes, que o Complexo Cultural do Porto Seco deixe de ser um complexo cultural
seco na sua essência! Aquilo não tem vida.
Aqui,
no primeiro ano desta Legislatura, em 2005, Ver. Dr. Raul, quando discutimos o
Plano Plurianual, apresentamos - eu e a minha Bancada - uma Emenda para dar
continuidade ao Projeto, definindo o Complexo de Universidade Popular do
Carnaval. O que é a Universidade Popular do Carnaval? Universidade no sentido
de universalização; popular no sentido da cultura popular do carnaval, porque é
o tema central. Que nós possamos nos associar aos programas do Governo Federal,
que existem e existem com muitos recursos. A Beija-Flor, a Mangueira estão
desenvolvendo isso nos programas de resgate das comunidades de morro, dos
excluídos. Para quê? Para formar a estilista do carnaval, para formar o
arquiteto do carnaval, para formar o músico, tu podes montar uma fábrica de
instrumentos. Os quinze barracões que lá estão construídos ficam fechados
durante todo o ano, roubam os equipamentos que lá estão, e, nos três meses
pré-carnaval, eles são novamente ocupados. Por que não transformar aquilo,
fazendo com que cada um seja uma empresa social, coordenada pelas comunidades
que cultuam o samba? Eu digo isso porque a comunidade da Restinga respira, vive
o carnaval, assim como a comunidade das outras regiões da Cidade onde as
escolas de inserem. E esse é um tema que atrai a juventude. Se não oferecermos
uma oportunidade para essa juventude, nós perderemos para quem, Dr. Raul?
Perderemos para o tráfico, perderemos para a droga, perderemos para a
delinqüência.
Portanto,
venho aqui me associar à sua idéia e dizer que está aprovada, no Plano
Plurianual, a Universidade Popular do Carnaval, para a qual nós gravamos cem
mil reais para 2006, e o recurso caducou, não tendo sido utilizado para
investir nesse tema, conforme deveria ser. Portanto, quando o Projeto institui
e oficializa, como evento de natureza sócio-cultural e turística, o Baile
Infantil, isso é uma nuança de todo o tema do carnaval, mas nós queremos
aproveitar para trazer esta mensagem. A maior festa popular do mundo tem que
ser um tema gerador de renda, tem que ser um tema de inclusão social, e o Porto
Seco está lá atirado, está lá parado, fica todo o ano fechado, lá onde já houve
um investimento de 25 milhões de reais e que precisa ainda ter seu projeto
concluído. Muito obrigado, senhores e senhoras.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 021/07.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, o Ver. Dr. Raul quer instituir e oficializar, como evento de natureza
sócio-cultural e turística, o Baile Infantil de Carnaval do Município de Porto
Alegre. É de se conhecer a história do Baile Municipal, que começou exatamente
lá no Petrópole Tênis Clube, na Administração Telmo Thompson Flores. Após Telmo
Thompson Flores, o Baile continuou sendo realizado, já na Sogipa, na
Administração Guilherme Socias Villela. Depois, na Administração João Antonio
Dib, também continuou o Baile Municipal; na Administração Alceu de Deus
Collares, continuou o Baile Municipal; depois, com a Administração do Partido
dos Trabalhadores, o Baile Municipal foi encerrado, não aconteceu mais. O
Município não realizava, só dava o nome, a Câmara inclusive participava; há um
Projeto de Resolução da Câmara dando apoio, o que não está mais valendo, porque
o Baile não teve mais sucesso, não recebeu incentivo da Prefeitura, não recebeu
incentivo aquele que fazia acontecer o Baile Municipal - o Cesar Krob -, ele
não pôde mais fazer, porque não havia mais patrocinadores, não havia interesse.
Portanto,
a idéia é boa, é muito boa. Só não está dito como será feito, mas temos de
considerar que mal não vai fazer, se conseguirmos aprovar e se conseguirmos
realizar o Baile Infantil como o Baile Municipal. Não sei se isso vai ser
viável, não sei se vai ser possível, mas, entre uma possibilidade e outra, acho
que não custa nada fazer uma tentativa. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 021/07.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
Ver. Dr. Raul, Vereador que eu prezo muito, quero fazer algumas ponderações.
Hoje,
olhando o processo do carnaval e visitando as escolas de samba - e a última
conversa que eu tive sobre o assunto foi na Restinga -, a gente vê, faço coro
com o Ver. Comassetto, que o próprio espaço construído para os desfiles de
carnaval passa o ano inteiro bastante ocioso, deteriorando-se e sem
possibilidade de atendimento à nossa criançada. Então, lá na Restinga ou lá na
Zona Norte, se pudéssemos ter oficinas o ano inteiro, ter um carnaval infantil
lá, como fazem, sim, atividades nesse sentido - a recuperação dos bailes e dos
desfiles de carnaval nas ruas, como aconteceu no Cristal neste ano -, seria
muito mais inclusivo, democrático e demandaria, para que acontecesse de fato,
um investimento do Poder Público Municipal. Então, se considerássemos isso,
seria muito legal ter um carnaval infantil centralizado. E existe ainda todo um
esforço do Chiquinho dos Anjos de fazer o carnaval infantil em várias
comunidades carentes, envolvendo as crianças. Um dia desses visitei o
Condomínio Princesa Isabel, um lugar maravilhoso com uma criançada com um
astral bom, e lá havia um grupo de umas 25 crianças fazendo percussão no pátio,
no final da tarde.
Não
temos por que votar contrariamente, mas me parece que constituir hoje uma
demanda que tem custo, que vai ser um momento pontual, se não há uma retaguarda
de investimento na possibilidade de lazer, de desenvolvimento musical,
inclusive apoiando e aproveitando os espaços das escolas de samba, é um pouco
infrutífero. Acho que tínhamos de aproveitar este debate para fazer uma
reflexão com o Governo Municipal no sentido de haver esse apoio o ano inteiro,
nessa proporção, nesse investimento, na possibilidade de cultura e de lazer
para a criançada nesses espaços de carnaval - de aprendizado em instrumento, de
envolvimento com a confecção com as miçangas, com a confecção do vestuário para
o carnaval. Quer dizer, são sonhos muito maravilhosos que podem ser realizados,
mas que demandam recursos.
Há
o espaço Complexo Cultural do Porto Seco, que nasceu com esse objetivo de
propiciar o ano inteiro atividades voltadas para aquelas comunidades tão
carentes. Agora, a Vila Dique está se mudando ali para a periferia, para os
arredores, e não há muitas comunidade carentes lá. Precisamos ofertar
atividades para as crianças, e pode haver eventualmente, como culminância, um
Baile de carnaval. Então, se ainda se pudesse fazer Emendas, eu proporia o
Baile de carnaval descentralizado, a partir de investimento, a partir do
funcionamento o ano inteiro, nos espaços das escolas de samba, de oficinas de
arte, de cultura, de educação para a nossa criançada. Faço esta reflexão porque
a Câmara acolhe, tem boas idéias, mas muitas vezes sinaliza para a Cidade
alguma coisa que não está conectada com o que de fato daria resultado efetivo
para a infância ser mais feliz e melhor. Então, acho que vale aprofundar este
tema e ver um formato, na minha opinião, um pouco mais adequado. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 021/07.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; nós tínhamos algumas dúvidas em relação ao
mérito desta proposta do Ver. Dr. Raul, mas o Vereador nos explicou, dizendo
que é o resgate de uma velha prática que eu considero muito saudável, os bailes
infantis na cidade de Porto Alegre como um evento universal, atingindo toda a
Cidade, todos são convidados, todas as crianças. Eu acredito que é saudável,
que é alegre e que poderá reviver aquelas velhas marchinhas de carnaval, que
estão na moda de novo. Existem vários programas no Rio de Janeiro e em São
Paulo com a curadoria do Sérgio Cabral, que é um crítico de música que resgata
essa bela história da música brasileira. E acredito mais: as crianças que não
têm possibilidade de ir aos clubes sociais da classe alta, Verª Sofia, têm o
direito e devem ter oportunidade, Brasinha, de se divertir num baile oficial
bancado pelo Poder Público. Portanto, quero cumprimentar o Ver. Dr. Raul por
esta iniciativa.
O
que o Ver. Carlos Comassetto colocou muito bem e com muita propriedade é que,
desde que nós assumimos - é importante repetir, porque a história não se muda,
o que aconteceu, aconteceu, não tem versão que possa mudar a realidade dos
fatos -, a nossa Prefeitura foi impedida de construir o sambódromo no Centro,
ao lado do Parque Marinha, perto do Gigantinho, ou aqui ao lado do Anfiteatro
Pôr-do-Sol. E lembro que eu estava em uma muamba do carnaval lá no Passo das
Pedras, quando lideranças comunitárias desfilaram na sua muamba com uma faixa
dizendo que a Zona Norte queria o sambódromo lá perto, que eles não tinham medo
do carnaval, que eles sabiam que o carnaval não tirava pedaço de ninguém. E,
num tempo inédito, o então Prefeito Verle fez essa construção, fez a remoção de
terras, construiu a pista definitiva, com toda a infra-estrutura elétrica, a
questão da água, do esgoto, e o Prefeito Fogaça, quando se candidatou, assinou
uma carta aos carnavalescos se comprometendo a dar continuidade às obras - eu
tenho cópia dessa carta -, mas não o fez.
A
pista segue lá, mas as arquibancadas são péssimas, não tem infra-estrutura, não
tem conforto porque não construíram as arquibancadas. Uma vez construídas as
arquibancadas, por dentro poderíamos ter oficinas em todas as linguagens, em
todas as expressões: oficinas de dança, de música, de teatro, salas de cinema -
por que não? -, oficinas de artesanato, atividades complementares para escolas
municipais. É importante que crianças de escolas próximas tenham um centro
cultural digno, a Zona Norte não tem nenhum centro cultural digno, foi
abandonado o Complexo Cultural do Porto Seco. Tenho certeza de que o próximo
Governo deverá dar continuidade a essa obra, porque ela é uma necessidade da
cidade de Porto Alegre.
Sobre
o Baile Municipal, eu lembro que havia, ainda no Governo do Olívio Dutra, num
clube social, um baile municipal patrocinado por empresas “por fora”, mas ele
foi se desgastando em si mesmo; não foi uma definição da Prefeitura acabar com
esse baile. Nesse tempo, era o Pilla Vares o Secretário, mas na minha primeira
gestão de Secretária houve ainda um baile organizado pelo jornal Correio do Povo
- pelo Cesar Krob, pelo Paulo Sérgio Pinto, que, eu lembro, fez essa proposta
-, mas não houve interesse, poucas pessoas foram. A Cidade muda, os costumes
mudam, por isso eles mesmos desistiram, e a Prefeitura também desistiu. Mas
havia esse baile oficial, que era bonito. Quem sabe seja possível resgatá-lo,
não sei; nada contra isso.
Voltando
ao Projeto do Ver. Dr. Raul, eu acho que é uma bela idéia, porque possibilitará
a participação daquelas crianças que mais precisam, que não têm condições, pois
os pais não são sócios dos grandes clubes da Cidade. Vossa Excelência tem essa
experiência pessoal e quer democratizar para todos a alegria das crianças.
Então, nós vamos votar favoravelmente o seu Projeto. Parabéns!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, eu queria apenas lembrar duas questões: primeira, que este é o
último Projeto na Ordem do Dia, depois nós temos o período de Comunicações. Eu
quero fazer um apelo no sentido de que corra a Pauta, porque temos a questão
dos estágios da Ouvidoria da Casa. Segunda questão: por Requerimento do Ver.
Adeli e outros, devido às reclamações contra a empresa Vivo, amanhã, às
8h30min, a Direção da Vivo estará na Casa. Os Vereadores que tiverem interesse
na matéria estejam presentes na reunião.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL n° 021/07.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores, Ver. Dr. Raul, gostaria de dizer a V. Exª
que o Projeto é importante, é simpático; ele, com certeza, retoma em Porto
Alegre uma tradição e inicia todo um processo de trabalho com as nossas
crianças e os nossos adolescentes em relação àquilo que era uma tradição na
nossa Cidade. Também neste ano aconteceu um fato que não foi nada agradável: o
rei, a rainha e as princesas - crianças, Ver. Zé Valdir - foram eleitos para
representar o universo das nossas crianças, Ver. Dr. Raul, Verª Maria Celeste,
e eles participaram todas as noites do carnaval, do início até o final, até as 7h
ou 8h. Acho que o nosso Executivo não se deu conta, primeiro, da questão legal
e, segundo, da questão relacionada à saúde das nossas crianças, que não
deveriam estar expostas daquela forma.
Então nós, com essa preocupação, enquanto Frente
Parlamentar da Criança e do Adolescente - temos aqui vários signatários -, por
sugestão da Verª Maria Celeste, e já conversando com o Ver. Dr. Raul, que é
autor do Projeto, estamos fazendo uma Emenda, Verª Margarete Moraes, que também
é signatária da Frente Parlamentar, constando que o rei, a rainha e as
princesas, categoria infantil, vão, sim, ser os foliões da nossa Cidade, mas
fazendo parte do baile infantil, que aqui vai ser instituído por meio do
Projeto do Ver. Raul. Então estamos encaminhando essa Emenda, enquanto
Presidente da Frente, à nossa Relatora da Frente Parlamentar e aos signatários
da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, para contribuirmos, porque,
por um lado, a participação das crianças é fundamental, mas o nosso rei, a
rainha e as princesas são crianças, eles têm que estar brincando, como
preconiza o Projeto que está tão bem encaminhado pelo Ver. Raul. A nossa
Bancada é favorável, com certeza queremos sensibilizar a Casa e o próprio
Executivo para que também essa Emenda seja aceita. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL n° 021/07.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
faço questão de discutir esta matéria para elogiar o Ver. Dr. Raul pela bela
fundamentação teórica, Ver. Mario Fraga, que está contida na Exposição de
Motivos deste Projeto. Discutir um baile infantil talvez seja uma das questões
menores nesta Casa, tão preocupada com tantos problemas da Cidade. Mas a
fundamentação deste Projeto nos faz refletir sobre a importância do lazer para
a vida e para construção da personalidade das crianças da nossa Cidade. E essa
fundamentação está muito bem contida no Projeto, por isso, Ver. Dr. Raul, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores entendeu a importância do seu Projeto e
vai votar favoravelmente, em função da expressiva fundamentação que está aqui,
dos benefícios e da importância do lazer à vida das crianças.
E
mais do que isso: a Frente Parlamentar também está propondo e construindo uma
Emenda para que possamos garantir a participação adequada das crianças nas
festas da Cidade, especialmente garantindo o seu direito ao lazer, garantindo o
direito ao sono, ao descanso, a dormir no horário adequado; foi essa a grande
discussão que surgiu quando propusemos a Emenda.
Eu
queria também fazer uma referência, já que estamos falando de carnaval e de
baile infantil, ao total abandono do Complexo Cultural Porto Seco. É um
equipamento que recebeu um grande investimento do nosso Prefeito da Frente
Popular, que iniciou o trabalho, e esta Prefeitura está dando continuidade - do
modo deles, do jeito deles -, e completamente abandonado se encontra o
equipamento do Complexo Cultural Porto Seco. Foi um Projeto construído pelas
lideranças comunitárias, foram discutidos os equipamentos de que gostaríamos -
eu digo nós, porque eu moro na Zona Norte, moro ao lado do Complexo Cultural -,
os equipamentos que a comunidade necessitava, e aquele equipamento está lá, sendo
usado apenas cinco dias no ano. Lamentavelmente, os galpões construídos estão
lá apenas para serem utilizados cinco dias ao ano, quando há toda uma demanda
da comunidade em relação à Segurança Pública, uma vez que aquela região do
bairro Rubem Berta - estão aí os noticiários, tivemos ontem a morte lamentável
da funcionária do Grupo Hospitalar Conceição - é a mais violenta da Cidade, e
os equipamentos estão completamente abandonados sem que possamos os
potencializar.
Tínhamos
no Projeto inicial a construção de um SASE, um atendimento extraclasse para as
crianças; tínhamos, no Projeto inicial, a necessidade da construção de creches
comunitárias; o equipamento para Brigada Militar, necessário para estar lá
naquela região; discutimos, Ver. João Antonio Dib, no Projeto inicial, a
necessidade de criar mais equipamentos na área da Saúde para aquela região.
Nada disso foi cumprido, apenas a construção dos galpões para os desfiles das
escolas de samba. E o que nós presenciamos este ano no carnaval, além de tudo
isso, de todo investimento que foi feito, foi um completo abandono do Complexo
Cultural Porto Seco, não havia público, não houve disposição de as pessoas
estarem lá; o acesso estava completamente abandonado, as ruas esburacadas -
tudo isso dificultou, e muito, a atividade do carnaval.
Então,
Ver. Dr. Raul, quero o parabenizar, mais uma vez, por essa iniciativa e também
pela oportunidade de trazermos a debate o carnaval da cidade de Porto Alegre,
especialmente o Complexo Cultural Porto Seco, que está completamente abandonado
e que vai, logo a seguir, receber mais duas comunidades naquela Região: a Vila
Dique e a Vila Nazaré. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregôo
a Emenda nº 02, de Liderança (Lê.): “Acrescenta ao PLL nº 021/07 novo artigo
sob o ordinal 3º, com a redação que segue, renumerando-se o atual art. 3º:
‘Art. 3º - A Corte do Carnaval Infantil de Porto Alegre terá sua participação
nos eventos carnavalescos limitada aos relativos ao Carnaval Infantil.’ Sala
das Sessões, 10 de março de 2008”. Assinam as Vereadoras Maristela Maffei,
Margarete Moraes e Maria Celeste.
Em
votação a dispensa do envio às Comissões da Emenda nº 02, de Liderança, ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação o Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 021/07. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por
unanimidade.
Passamos
às
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra por transposição de tempo com o Ver. Luiz
Braz.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em primeiro lugar,
quero fazer uma observação sobre a reunião que tivemos na manhã de hoje sobre o
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. De fato, deixa-me
extremamente preocupada a postura do Governo Municipal. Hoje o tema eram as
Áreas de Interesse Cultural, e as pessoas que aqui estiveram representando o
Governo falaram de generalidades, de possibilidades, falaram da complexidade e,
de novo, não falaram nada. O Projeto de Lei que veio para cá, das Áreas de
Interesse Cultural, modificou um estudo sério da Ritter dos Reis, estudo monitorado,
coordenado pela Verª Margarete Moraes, que era Secretária de Cultura; um estudo
que virou, por Decreto do Prefeito, um instrumento importante de precaução,
sustentado pela Justiça, exatamente pelo princípio da precaução - enquanto não
temos norma, não podemos destruir, desvirtuar -; um Projeto que virou lei e que
veio para esta Casa, é bem verdade, no final de 2004, mas que foi retirado pelo
Governo Municipal. E hoje ele reaparece nesta Câmara de uma forma, na minha
avaliação, irresponsável e desrespeitosa para com os Vereadores, porque as
Áreas de Interesse Cultural foram retalhadas, foram ampliadas em número, mas,
sabemos, foi reduzida a proteção em relação à paisagem, aos bens culturais.
E
uma das possibilidades, e uma das mais nefastas, eu diria, é a possibilidade de
Projetos Especiais nas Áreas de Interesse Cultural. Nós sabemos que Projeto
Especial determina índices diversos, dependendo do momento, da pressão, da
definição, dos interesses econômicos. Então, não há proteção prevista. E mais
grave do que isso: o material que veio para esta Casa não é um material que dá
condições de avaliação séria desta Casa para votação. De novo a presença do
Governo não elucida, de novo nós tratamos de solicitar uma reunião com
apresentação de área por área, das diferenças, do que há de convergente, do que
é exatamente essa Área de Ambiência, porque, na verdade, ambiência é um
conceito, é um requisito que garante a preservação, que determina a preservação
de bens culturais, de uma paisagem, de um ambiente; ambiência não é uma área.
Então,
há uma confusão que o Governo traz para cá, gerando uma preocupação grande,
Verª Margarete, porque hoje foi trazido para cá que o Governo Municipal não
concorda com o inventário que tem, com a lista de imóveis que estão listados, ele
quer liberar esses imóveis, e eu intervinha dizendo que não é possível que se
faça um tratamento pontual aos imóveis desta Cidade sem ter um acordo, uma
construção sobre as Áreas de Interesse Cultural. Ainda bem que a Justiça
manteve o Decreto do Sr. Prefeito João Verle, e o Decreto, hoje, é um princípio
de precaução, ele é um instrumento que garante o princípio da precaução. Mas
mesmo assim nós não estamos amparados, e esse debate do Plano Diretor pode ter
conseqüências graves se não pudermos entender claramente o que está sendo
proposto.
Houve
manifestação aqui do Conselheiro da Região 6, também ele estava espantado,
indignado com essa postura difusa, com essa postura de insegurança que o
Governo promove ao proceder dessa forma em relação às Áreas de Interesse
Cultural. E nós apelamos ao Ver. Goulart, que é o Sub-Relator deste tema, Verª
Margarete, para que promova alguma reunião, porque eu e vários Vereadores,
tenho certeza que a Verª Margarete também, somos desta Subcomissão e não fomos
chamados para nenhuma reunião. Veja que grave isso, uma vez que nós estamos
discutindo há três meses, já reencaminhamos à Comissão, e esse tema precisa de
estudo aprofundado. Sugerimos também que a Comissão visite as Áreas de
Interesse Cultural indicadas, transformadas, modificadas pela proposta do
Governo; as mais polêmicas. Aqui eu informo que fizemos isso, e sugiro que os
Vereadores indiquem as que seriam importantes visitarmos. Acho que assim
faremos um trabalho sério.
De
novo, acho gravíssimo que o Governo Municipal não tenha uma posição clara sobre
as Áreas de Interesse Cultural, não informe com seriedade esta Casa, e nos
visite desta maneira tão inconseqüente, eu diria que com palavras vazias, com
conceitos vagos, repetidos, gastando o tempo dos Vereadores. É impressionante o
que está acontecendo nesta Cidade. E lamentavelmente estão sendo aprovados
Projetos Especiais que deformam a nossa paisagem e pioram a qualidade de vida
da nossa Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
(O
Ver. Claudio Sebenelo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações com a concordância do Ver.
Nilo Santos.
O SR. LUIZ BRAZ: Quero agradecer tanto a Verª Sofia como o
Ver. Elói Guimarães por este ajuste nos tempos de tribuna. Sr. Presidente, Ver.
Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a revista Época,
na semana passada, divulgou uma matéria que eu acredito, Ver. Elói Guimarães -
V. Exª já foi Secretário dos Transportes - ser uma matéria que realmente causa
preocupação para todos: diz respeito à quantia surrupiada do porto-alegrense
nos 16 anos da Administração petista em Porto Alegre.
Um
cidadão chamado Luís Antônio Lima - a matéria do jornal Zero Hora de hoje não fala
da ligação dele com a Prefeitura Municipal, mas a revista Época da semana
passada fala dessa ligação -, juntamente com sua esposa, com ligação com
Prefeituras petistas - só prefeituras petistas, de acordo com a revista Época
da semana passada -, conseguiu ganhar em pouco tempo, de 2000 a 2005, uma cifra
de 22 milhões de reais; recursos públicos. De acordo com a revista Época, todos
os contratos que deram esses ganhos ao casal - esse Lima esteve aqui na nossa
EPTC - foram feitos com Prefeituras petistas em várias capitais brasileiras;
ele era mandado para cá, fazia um contrato aqui, fazia outro ali, outro lá.
Assim, Ver. Elói Guimarães, como um cidadão que se autodenomina...
E
ele é festejado pelo PT como um grande conhecedor em Segurança Pública, inclusive,
na época do Prefeito Tarso Genro, fez um parecer a respeito do que deveríamos
acolher aqui para termos Segurança Pública. Eu lembro que o ponto alto do
parecer desse cidadão foi o conselho para a legalização das drogas. Sabe quanto
esse cidadão ganhou para fazer esse parecer no Governo Tarso Genro? Eu acho que
ele estava desempregado, mas ganhou, Ver. Haroldo de Souza - eu sei porque vi
os contratos -, 80 mil reais, um parecer que nunca foi utilizado por Prefeitura nenhuma. As
Prefeituras petistas passaram, passaram, passaram e nunca utilizaram esse
parecer. Mas ele foi pedido e foi pago para esse cidadão, que, depois, foi
chamado pelo Governo Lula, fez parte do Governo, ocasião em que também se meteu
nessa grande corrupção nacional que é o Governo Lula. A Verª Sofia falava aqui
dos medos que nós devemos ter, e este medo, realmente, eu tenho: quanto será
que foi subtraído dos recursos do porto-alegrense nesses 16 anos em que o PT
governou? Porque, em todo lugar que você mexe, surge alguma coisa ligada à
corrupção.
Mas, rapidamente aqui falando, já que a Verª Sofia
falou da reunião do Plano Diretor que tivemos hoje pela manhã, eu acho que foi
uma reunião bastante proveitosa, uma reunião em que nós ouvimos o relato da
Arquiteta Rita Chang. Ela colocou muito bem aquilo que ela pensa, assim como
também colocaram os arquitetos da Secretaria do Planejamento. Estou vendo o
Arquiteto Nadruz, ele também colocou o seu pensamento a respeito das Áreas de
Interesse Cultural. Então, eu acho que a reunião, hoje pela manhã, serviu para
dar um novo norte à Comissão do Plano Diretor. Quando nós começamos a analisar
o projeto do Plano Diretor, estávamos quase que sem rumo, mas as reuniões
seguidas que têm acontecido têm feito com que a Comissão tenha certeza do lugar
a que quer chegar. Eu acho que nós podemos chegar, ao final, a um bom projeto.
Falamos até em Substitutivo, mas podemos chegar, realmente, a um Substitutivo,
quem sabe, para que possamos acolher todas as propostas boas que surgem, para
que possamos ter um bom Plano Diretor. A reunião de hoje de manhã foi excelente
no sentido de nos dar certeza de que rumo que estamos seguindo é o rumo
correto.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento):
Sr. Presidente, há pouco nós vimos a indignação de algumas pessoas da base do
Governo Municipal, porque o Ver. Todeschini usou a expressão “estelionato
eleitoral” quando se referia ao Prefeito. O Ver. Braz, sem qualquer prova, em
cima de matérias de revistas, chamou o Governo Municipal que ficou 16 anos na
Administração de corrupto. Eu exigo que ele retire essa expressão da sua fala.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Ver. Claudio Sebenelo, no exercício da Presidência; Sras
Vereadoras, Srs. vereadores, senhoras e senhores, no meu espaço de Comunicações
eu vou falar do Fórum das Entidades. E quero saudar aqui o meu companheiro de
coordenação, o Arquiteto Nadruz, que muito tem contribuído com sua bagagem,
suas experiências e sua sabedoria.
Quero
dizer aos Srs. Vereadores que nós, na quarta-feira, estaremos realizando a 16ª
reunião do Fórum das Entidades. O Fórum das Entidades foi aprovado por esta
Câmara, e, no momento em que aprovamos a Comissão Especial do Plano Diretor, eu
fui designada pela Verª Maria Celeste, Presidenta na época, para coordenar. E
até fiz questão de tirar a expressão “a presidência”, não quis ser presidente
do Fórum, mas coordenadora, porque não é o título que vai nos dar o peso do
trabalho. E isto aqui, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é o que o
Fórum já produziu; vejam bem, esta pasta AZ (Mostra a pasta.) é o que o Fórum
já produziu, aqui nós temos a relação nominal das entidades que estão
participando, há 62 entidades participando do Fórum das Entidades.
O
que nós estamos fazendo? Estamos fazendo um trabalho com muita dinâmica, com
muita metodologia, e eu fico extremamente gratificada, Arquiteto Nadruz, porque
outro dia o Patrício, que está nos secretariando, disse que está gostando
muito, porque nós temos hora para iniciar, o horário é marcado às 19h, e, às
19h10min, nós estamos iniciando, dando uma margem de tempo para os
retardatários. Mas, em respeito àqueles que chegam no horário, às 19h10min
iniciamos o nosso trabalho. Conseguimos trazer pessoas do mais alto
nível para fundamentar o debate, porque temos consciência de que os
representantes de entidades têm bagagens diferenciadas, têm conhecimentos
diferenciados, níveis culturais diferenciados e interesses diferenciados. Cada
um está ligado no que é seu, mas tem consciência da responsabilidade da
participação nesse Fórum. Nós tivemos grandes nomes: o Arquiteto Nadruz; a
Maria Etelvina Bergamaschi Guimaraens, que falou sobre os instrumentos
jurídicos na Revisão do Plano Diretor. Tivemos a Reavaliação do Plano Diretor
pelo Nadruz; a Elena Graeff, com Áreas Especiais de Interesse Cultural; a
Gládis Weissheimer, com Projetos Especiais, ela foi duas vezes trabalhar
conosco. Tivemos inúmeras pessoas - não vou relatar todas -, são 16, mas há uma
metodologia.
Depois
da fundamentação, que ocorreu em cinco reuniões, nós pegamos a Sub-Relatoria, e
o único Relatório que se tinha era do Ver. João Antonio Dib. E esse Relatório
nós esmiuçamos, para que se pudesse aprofundar. O Ver. João Antonio Dib se
posiciona pela aprovação do 1º até o 30º artigo. Nós abrimos, discutimos e
trabalhamos cada um deles. Agora estamos em que fase, Ver. Luiz Braz, V. Exª
que é Relator? Nós já vencemos o Desenvolvimento Urbano e Estratégias de Modelo
Espacial, do Ver. João Antonio Dib. Na quarta, vamos dividir as quatro
Sub-Relatorias que faltam, que ainda não há relatórios, em quatro grupos. Já
conseguimos com o Ver. Nereu D’Avila, que preside a Comissão Especial do Plano
Diretor, 30 dias, Nadruz, após o recebimento dos relatórios. Senão, não será
possível.
Agora,
vejam bem, lá se tem consciência da necessidade de aprofundamento. É de muita
responsabilidade trazermos a Plenário, discutirmos e votarmos um Plano Diretor
sem termos aprofundado e colocado aquelas expectativas de tantos e tantos anos
da população, das comunidades e das entidades. Estamos preparados, isso, sim,
para enfrentar o debate, mas com muita dedicação, com muito trabalho e com
muita persistência. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Verª Neuza Canabarro.
O
SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente, uma vez que
o Ver. Guilherme Barbosa fez um Requerimento, dizendo que eu havia chamado as
Administrações petistas nos 16 anos de corruptas, eu quero apenas adiantar ao
próprio Ver. Guilherme Barbosa e a V. Exª que, usando dados de revistas e
jornais, eu disse que tinha medo da corrupção que poderia ter havido nos 16
anos. Esta é a palavra que utilizei, exatamente dizendo do meu medo, até para
poder plagiar aquilo que falava a Verª Sofia Cavedon.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Nilo Santos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Claudio
Sebenelo, Presidente; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, hoje pela manhã tivemos mais uma discussão, mais uma rodada,
em função do Plano Diretor da cidade de Porto Alegre. Compareceram vários
integrantes, inclusive a Presidenta do Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico e diversos técnicos do Município de Porto Alegre. Eu coloquei na
oportunidade a magna e transcendental missão que está reservada aos Srs.
Vereadores no sentido de conceber os parâmetros para a Cidade, para o amanhã,
para as futuras gerações. Eu dizia que, dado o grande volume de elementos que
integram a presente discussão e as condições do ano, com a sua atipicidade,
talvez não pudéssemos concluir o Plano Diretor, votar o Plano Diretor da cidade
de Porto Alegre.
Primeiro, não podemos
tocar no atropelo; trata-se de dispor normas que vão, por assim
dizer, ter com o futuro das pessoas, das gerações que virão. Dizíamos que a
cidade é o maior patrimônio do cidadão, da sociedade, pois é na cidade que se
nasce e se morre, na cidade se realiza e se constrói. Então a cidade é
exatamente aquele território que precisa ser resguardado de determinadas
situações que podem a levar, pelo seu Plano Diretor, à destruição. Se há uma
condição fundamental para a cidade, é exatamente a qualidade de vida que a
cidade tem que dar aos seus munícipes, aos seus cidadãos.
Então, trata-se de uma matéria extremamente
importante, em cima da qual temos que nos debruçar para que nada saia, se não
estiver efetivamente estabelecido ali aquilo que corresponde, se não ao ideal,
pelo menos àquelas condições mínimas. Deve-se buscar o equilíbrio capaz de
assegurar ao cidadão as condições mínimas de vida. Eu, por exemplo, sou
defensor dos espaços históricos, da historia da Cidade, de seus locais
ambientais. Tenho determinadas dificuldades aqui em votar determinadas
situações que representem uma agressão aos valores da Cidade, e falava, quando
discutíamos um Projeto de minha autoria, que anda há nove anos, que é
exatamente criar todas as dificuldades a se alterar a fisionomia da Cidade.
Não se quer aqui bloquear o progresso, etc. e tal,
se é que são progresso as construções, mas nós temos que preservar a fisionomia
da Cidade porque isso é um patrimônio imaterial do cidadão, da sociedade.
Quando lembramos Porto Alegre, vem à nossa imagem exatamente essa configuração
arquitetônica, os seus espaços, enfim, as suas ruas. Então, isso tem de ser
mantido, porque é um patrimônio da população. E a Cidade é esse instrumento
valiosíssimo da vida, a Cidade é vida, é na Cidade que se vive. Nós queremos
uma Cidade exatamente onde valores não sejam feridos. A Cidade não tem preço! O
valor da Cidade transpõe...! Nós temos uma obrigação muito séria na Câmara
Municipal de Porto Alegre para conceber o Plano Diretor. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Valdir
Caetano está com a palavra em Comunicações.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Vereador, só
em nome da necessidade de correr Pauta hoje, eu solicitaria a gentileza de a
Mesa poder iniciar a Pauta, para que os Projetos possam correr Pauta, por
necessidade administrativa.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, eu entendo a preocupação de V. Exª, mas há seis Vereadores no
Plenário, e eu acho que a Sessão, de fato, terminou.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Por gentileza,
solicito a abertura do painel para verificação de quórum.
(Procede-se à verificação de quórum.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Não há
quorum. Agradecemos a presença de todos.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h42min.)
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